A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quarta-feira, a 67ª Fase da Lava-Jato , que mira a multinacional Techint, investigada por repassar propina a ex-diretores e ex-gerentes da Petrobras . Foi determinada ordem judicial de bloqueio de ativos financeiros dos investigados no valor de cerca de R$ 1,7 bilhão. Agentes tentam cumprir 23 mandados de busca e apreensão em três estados.
Denominada Tango & Cash, a operação acontece no Rio de Janeiro (capital, Petrópolis, na Região Serrana, e Niterói), São Paulo (capital, Campinas e Barueri) e no Paraná ) Matinhos). A ação tem cooperação do Ministério Público Federal.
As investigações apuram a participação de executivos da Techint em um cartel de empreiteiras que teria pago propina a funcionários de alto escalão de três diferentes diretorias da Petrobras. O objetivo seria a contratação da empresa para o fornecimento de tubos e equipamentos. Ex-funcionários da estatal são também investigados por corrupção e lavagem dinheiro, e seus intermediários, incluindo duas empresas de consultoria.
Foram identificados elementos de cartel nos contratos para realizar obras na Refinaria Landulpho Alves, na Bahia, a partir de 2007, e no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, em 2010, ambas em consórcio com a Andrade Gutierrez, e para construir o Gasduc III, no Rio Janeiro, em 2008, esta em consórcio com o Grupo Odebrecht. Somente esses três contratos somaram mais de R$ 3,3 bilhões.
Investigada desde 2016, a Techint era uma das empreiteiras envolvidas na Lava-Jato que haviam sido impedidas de firmar contratos com a União, mas teve sua punição revertida pelo Tribunal de Contas da União (TCU). A suspeita é que a empresa integrava desde o início o cartel de nove empreiteiras batizado de “O Clube”, que tinha por objetivo vencer licitações para grandes obras da Petrobras. Os investigadores apuram a suspeita de que eram cobrados 2% do valor de cada contrato chegando a render R$ 60 milhões em propina.
A multinacional Techint Engenharia fabrica placas de aço e tem negócios no ramo do petróleo como oleodutos, gasodutos e das usinas de energia. Há indícios que o grupo criou offshore para gerir fundos ilegais e pagar propinas em diferentes países.
Um dos ex-diretores da estatal recebeu, entre 2008 e 2013, US$ 9,4 milhões e continuou a receber propina mesmo depois de ter deixado a empresa em 2012.
O nome da operação remete aos valores de pagamento das propinas e ao fato de que a empresa envolvida na investigação pertence a um grupo ítalo-argentino. As informações são do jornal O Globo
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