A Polícia Federal (PF ) deu início, na manhã desta terça-feira, à 60ª fase da Operação Lava-Jato , que investiga um esquema de pagamento de R$ 130 milhões de propina pela Odebrecht a políticos. O ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza , conhecido como Paulo Preto e apontado como operador do PSDB , foi preso. Além do mandado de prisão, policiais federais fizeram buscas em 12 endereços no estado de São Paulo, alguns deles ligados ao ex-ministro das Relações Exteriores Aloysio Nunes Ferreira (PSDB).
O ex-chanceler é investigado por ter recebido, no Natal de 2007, enquanto estava hospedado em um hotel em Barcelona, um cartão de crédito vinculado a uma conta mantida por Paulo Preto na Suíça. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o cartão foi emitido um mês após a Odebrecht ter enviado para essa conta cerca de 275 mil euros.
Atualmente, Aloysio é presidente da Investe SP. No fim do ano passado, ele foi indicado pelo governador João Doria (PSDB) para presidir a agência de promoção de investimentos do governo de São Paulo.
Paulo também é acusado de manter R$ 100 milhões em espécie que seriam utilizados pela Odebrecht para pagar propina a políticos e irrigar campanhas eleitorais entre 2007 e 2017. O esquema investigado nessa fase da Lava-Jato contava com a participação de outros três operadores financeiros, já investigados: Rodrigo Tacla Duran, Adir Assad e Álvaro Novis.
Iniciada a partir de delações de executivos da Odebrecht e de doleiros já investigados pela Lava-Jato, a operação mostra que esse operador financeiro repassava dinheiro para o setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, chamado pelos investigadores de “departamento de propina”.
A Odebrecht devolvia o dinheiro para o operador, segundo a PF, por meio de empresas e contas bancárias registradas no exterior. Além dos mandados de prisão e busca, a Justiça Federal determinou o bloqueio de ativos financeiros dos investigados.
Discussion about this post