Rosto por trás da estratégia de comunicação que conduziu Jair Bolsonaro à Presidência, o especialista em marketing digital Marcos Aurélio Carvalho, de 36 anos, não se vê ocupando um cargo no governo. Porém, diz que aceitaria o papel de conselheiro informal — função já exercida por nomes como Duda Mendonça, João Santana e, atualmente, por Elsinho Mouco.
Um dos sócios da agência AM4, que recebeu R$ 650 mil pela campanha de Bolsonaro, Carvalho é um dos 28 integrantes da equipe de transição, com salário de R$ 9,926,60. No grupo, irá atuar como uma espécie de marqueteiro do novo governo, embora não se descreva dessa forma. O convite para integrar o time da transição veio na última quinta, através de Onyx Lorenzoni.
Vou auxiliar na melhor comunicação desse processo de transição, resumiu ao O Globo acrescentando: “é um processo natural. A gente ficou imerso na casa do Paulo Marinho convivendo com uma equipe reduzida, convivendo com os cabeças do partido. Para mim foi difícil o dia seguinte. Você está naquela adrenalina, como você volta para o cotidiano”.
E disse ainda que “acho que não (teria cargo). É um ritmo diferente, tenho família, sou pai de três filhos. Uma coisa é assumir um compromisso de dois meses, outra é assumir um de quatro anos. Mas me sentiria à vontade em dar conselhos, me sentiria prestigiado se alguém me chamasse para dar qualquer tipo de conselho”.
O primeiro contato com Jair Bolsonaro se deu através de Gustavo Bebianno, àquela altura presidente do PSL, e seu filho Flavio. Foi a AM4 que os procurou com a intenção de participar da eleição.
“Eu me afastei da direção do grupo AM4 e estamos produzindo um acordo de acionistas para criar uma quarentena de ficar quatro anos sem prestar nenhum serviço novo para governo federal. Vai sair caro, mas prefiro ter essa condição para que não se crie conflito”, revelou.
Fundada em 1999, a AM4 dispõe de 130 funcionários distribuídos entre a sede, em Barra Mansa, e as filiais em Brasília, Campinas, Belo Horizonte, Rio e São Paulo. Durante a campanha, teve de aliar esforços nas redes sociais de Bolsonaro com o filho do meio do presidente eleito, Carlos Bolsonaro, desde 2014 responsável pelas contas do pai na internet.
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