Em qualquer país democrático que se preze, o respeito à institucionalidade é algo fundamental para o funcionamento harmonioso e eficaz de uma sociedade, não apenas pelo cumprimento de regras e leis, mas, especialmente, para a separação de poderes entre o executivo, legislativo e judiciário, tendo cada um deles funções distintas e independentes que se equilibram e se supervisionam mutuamente para prevenir abusos de poder. Todavia, em sentido contrário a tudo isso e até aquilo que prega e diz defender, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) resolveu nomear uma espécia de ‘governo paralelo’ no Rio Grande do Sul, em meio a maior catástrofe sofrida por aquele estado, sob o falso argumento de que teria que ter uma autoridade nacional para guiar recursos e ações de socorro e construção daquele território.
Para completar, sem qualquer cerimônia, nomeou para tal missão o virtual candidato do lulopetismo naquele estado, o ministro Paulo Pimenta, da Comunicação Institucional, unindo a fome (pelo poder) com a vontade de comer. O ato, claro, não apenas desrespeita o governo local, que tem um governante legitimamente eleito, o governador Eduardo Leite (PSDB), como fere de morte a institucionalidade, tudo para afanar os interesses subrreptícios de quem não está nem aí para a tragégia alheia, porque o que vale mesmo é colocar os mais mesquinhos interesses políticos à frente de tudo e de todos!
Não à toa, líderes políticos e empresariais gaúchos começam a rejeitar e até consideram uma “violência institucional” em que Lula impôs um “governador biônico” ou “paralelo” para disputar espaço político com o governador Eduardo Leite. O candidato do PT ficou em 3º. Mas todos estão mais preocupados com a reconstrução do Estado, deixando a polêmica de lado. O “biônico” Paulo Pimenta ambiciona o governo em 2026 e terá o papel de distribuir dinheiro e favores em 2024, ano eleitoral municipal.
Queira ou não, Lula e seu governo precisam entender que a liderança desse processo de reconstrução é prerrogativa institucional do governador gaúcho, muito mais próximo das pessoas, com capilaridade administrativa para fazer chegar aos municípios atingidos as ações e iniciativas para esse fim, sem perder de vista da própria proximidade com a sociedade civil organizada, que tem cumprido um relevante papel nessa tragégia. Utilizar a tragédia gaúvha como moeda de bargannha para interesses politicos que não sejam o alívio às pessoas e a reconstrução de suas vidas e do seu estado, é um desserviço e um ato de lesa pátria.
O que menos o Rio Grande do Sul precisa nesse momento é abrigar um rigue político de quem mais tira proveito dessa tragédia, pelo contrário, o que o povo gaúcho clama nessas horas é de socorro e que as autoridades ajam mais e falem menos. E a palavra chave para tudo isso é cooperação, algo que a sociedade civil, por intermpedio de uma verdadeira rede de voluntários, nativos ou não, tem mostrado e ensinado com propriedade a essa gente que só pensa em tirar proveito político de tudo.
A cooperação institucional para reconstruir o Rio Grande do Sul envolve a colaboração entre diferentes níveis de governo (municipal, estadual e federal), bem como entre setores públicos e privados, organizações da sociedade civil e a comunidade. Esse esforço conjunto é fundamental para enfrentar desafios econômicos, sociais e ambientais e promover o desenvolvimento sustentável da região.
O primeiro passo para essa cooperação é o respeito ao espaço de cada um, governos e sociedade, pois, como sabido, quando os atores políticos e os cidadãos honram e defendem as instituições, promovem um ambiente de confiança e cooperação que é crucial para o desenvolvimento sustentável e a justiça social. No caso do rio Grande do Sul, o que mais o povo gaúcho espera é menos política, e mais solidariedade, respeito e cooperação.
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