Um belo meteoro foi registrado por uma câmera da Bramon, rede brasileira de observação de meteoros), em João Pessoa, no início da noite dessa quarta-feira (19). A partir da análise das imagens, astrônomos amadores concluíram que o fenômeno ocorreu sobre o estado do Rio Grande do Norte.
“A partir da triangulação das imagens, a Bramon calculou a trajetória do meteoro e concluiu que ele ocorreu sobre o Rio Grande do Norte. De acordo com os cálculos, ele surgiu no céu a 91,2 Km de altitude, próximo a Cerro Corá, e se deslocou a cerca de 20 Km/s (72 mil Km/h) em direção a sudoeste, até desaparecer a cerca de 39,6 Km de altitude acima da cidade de Cruzeta”, divulgou Marcelo Zurita, diretor técnico da rede de observação.
Conforme a Bramon, o fenômeno durou pouco mais de quatro segundos e foi provocado por um fragmento de rocha espacial de cerca de 1,5 quilo, que, ao atingir a atmosfera em altíssima velocidade, aquece os gases ao seu redor e gera o efeito luminoso.
“A resistência atmosférica e o calor gerado geralmente desintegram completamente essa rocha. Apenas em alguns casos, o fragmento resiste à passagem atmosférica e chega a atingir o solo. Mas no caso dessa noite, as análises da Bramon indicam que o objeto foi consumido totalmente”, completou Marcelo Zurita.
O meteoro também pôde ser visto nas cidades de Araripina, Cabrobó e Ouricuri, em Pernambuco, e Juazeiro do Norte, no Ceará. Quatro câmeras do Clima ao Vivo, portal de informações meteorológicas, registram o fenômeno a partir dessas localidades.
Outros fenômenos são aguardados
O diretor técnico da Bramon explicou ainda que é esperada, para o final de junho e início de julho, a aproximação de restos de um cometa que se partiu há cerca de 20 mil anos. Por isso, os astrônomos estão atentos para a aparição de grandes meteoros no céu.
“Existe uma suspeita que um desses fragmentos atingiu a Terra no dia 30 de junho de 1908 na região de Tunguska, na Sibéria. Esse evento foi tão violento que devastou completamente uma área mais de 2.000 Km² de floresta, por sorte não deixou nenhuma vítima humana, já que aquela região é bastante desabitada”, disse Marcelo Zurita.
“O receio de que algo assim volte a ocorrer e que não tenhamos tanta sorte como em 1908 levou um grupo de cientistas, liderado por Brian May (o guitarrista do Queen, que também é astrofísico), a criar um movimento global chamado Asteroid Day, que ocorre anualmente, no mesmo dia do evento de Tunguska. Neste dia, diversos eventos ao redor do mundo tentam alertar a população e as autoridades sobre o risco que o impacto de um asteroide pode trazer para a Terra e discute ações que podem ser tomadas para evitar que isso ocorra ou minimizar os danos que isso poderia causar. A Bramon tradicionalmente é uma das instituições que realiza essas atividades em várias cidades do Brasil”, finalizou.
Portal Correio
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