O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu ontem, em Londres, a reforma da Previdência como um meio para se combater a desigualdade e a concentração de renda no Brasil. Barroso fez a conferência de abertura do Brazil Forum UK na condição de presidente de honra da quarta edição do evento, realizado anualmente na London School of Economics e na Universidade de Oxford.
O ministro afirmou que o país necessita voltar a crescer para gerar riqueza e distribuí-la de forma justa. Ele defendeu “programas sociais sérios” e se referiu ao atual modelo da Previdência como um fator de concentração de renda.
“A previdência é uma transferência de pobres para ricos. Pobre não se aposenta com 50 anos. Ele nem consegue comprovar o tempo de contribuição. Pobre se aposenta por idade. O sistema é extremamente injusto e perverso. Nós precisamos de programas sociais sérios”, declarou.
Barroso disse não ter ligações políticas – “não posso, não quero e não devo” – mas criticou os que combatem a reforma da Previdência sob o argumento de não ajudar o atual governo. Segundo ele, “é preciso uma gota de patriotismo” em favor da reforma.
“A gente tem que fazer pelo país, pelas pessoas. Tem gente sofrendo, tem gente desempregada, tem gente que não recebe os benefícios que deveria receber”, afirmou.
Corrupção
Segundo o ministro, parcelas do empresariado, dos políticos e da burocracia estatal produziu uma corrupção “estrutural, sistêmica e institucionalizada”. De acordo com Barroso, um arco de alianças “amplo e poderoso” se formou “para nos manter atrasados e reféns”. Mas, para ele, a sociedade brasileira “deixou de aceitar o inaceitável”.
“O que se vê, hoje, em qualquer parte do Brasil é essa energia nova, é uma imensa demanda por integridade, por idealismo e por patriotismo, e é essa energia que muda a história. É essa energia que empurra a história e altera os paradigmas”, declarou.
G1
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