O ex-ministro Antonio Palocci disse às autoridades de Brasília que a descoberta do pré-sal foi encarada como um “bilhete premiado” para o governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “O delírio do pré-sal passou a permear as ações do governo, ações do Congresso Nacional, ações de governadores e prefeitos pelos royalties, em cima de um dinheiro que estava a 7.000 metros de profundidade”, disse ele, segundo relatório da Polícia Federal.
Os documentos estão na apelação do ex-ministro envolvendo crimes de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo sondas da Petrobras. Eles perderam o sigilo nesta quarta (10).
Em outro relatório, feito pelo Ministério Público Federal de Brasília, responsável pela Operação Greenfield, Palocci detalha os “projetos mirabolantes” para a construção de 40 sondas feitas com empresas nacionais.
O ex-ministro afirma que os contratos “gerariam R$ 25 bilhões que poderiam ser foco para propinas para o partido”. Segundo ele, o montante representaria o “financiamento de quatro ou cinco campanhas para presidente”.
Também foi juntada ao processo uma petição feita pelos advogados de Palocci. Eles listaram 19 itens de provas que o ex-ministro entregou às autoridades depois de celebrar seu acordo de colaboração com a Polícia Federal.
Segundo a defesa, Palocci entregou dois contratos fictícios, notas fiscais, emails, extratos bancários, comprovantes de rastreadores veiculares e agenda virtual de sete anos com mais de 7.000 páginas.
Os dados estão em uma petição protocolada pelos advogados Tracy Reinaldet e Matteus Macedo no TRF-4 (Tribunal Regional Eleitoral a 4a Regiao) pedindo redução da pena de Antonio Palocci.
O ex-ministro foi condenado pelo juiz Sergio Moro a 12 anos de prisão no processo sobre a compra de sondas para a Petrobras. O recurso da condenação será julgado no dia 24 deste mês.
No documento, os advogados ainda afirmam que o ex-ministro saiu da cela 63 vezes e ficou à disposição da PF por 141 horas durante o período de comprovação das provas. Com informações da Folhapress.
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