O percentual de pessoas que já tiveram coronavírus na população da cidade de São Paulo aumentou de 11% para 13,9%, segundo dados da prefeitura. A estimativa é de que 1,64 milhão de adultos tenham tido contato com o vírus da Covid-19 na capital. Os dados são resultado de um inquérito sorológico conduzido pela prefeitura.
O aumento da prevalência foi maior nas regiões da cidade com maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Nas regiões de IDH alto, marcadas em azul no mapa abaixo, a prevalência aumentou 53%. As áreas de IDH alto são, em geral, as regiões mais ricas da cidade.
O aumento foi ainda maior na região Centro-Oeste, área também considerada mais rica: nesta região, a prevalência subiu 100% em relação à fase anterior do inquérito. A prevalência também subiu nas regiões Leste (de 12,3% da população com anticorpos para 19,6%) e Norte (de 8,3% para 12,1%).
Mapa da Prefeitura de São Paulo mostra que prevalência da Covid-19 aumentou mais nas áreas de maior IDH da cidade — Foto: Reprodução/Prefeitura de SP.
A proporção de indivíduos que não desenvolveram sintomas variou pouco entre as fases do estudo, mas permanece alta: cerca de 40% dos casos na cidade são assintomáticos, segundo o inquérito.
A presença de anticorpos contra o vírus, que estava estável na capital desde 20 de julho, aumentou: na fase anterior do inquérito, que avaliou o período até 17 de agosto, a prevalência era de 11% e a estimativa era de 1,3 milhão de adultos com anticorpos na cidade, mesmo valores encontrados nas fases 2 (até 20 de julho) e 3 (até 6 de agosto).
Apesar de ter subido mais nas regiões de IDH elevado, a presença do vírus ainda é maior nas áreas menos desenvolvidas.
Onde o IDH é alto, a prevalência é de 9,5%, contra 13,2% em áreas de desenvolvimento mediano e 19% nas regiões de IDH baixo.
Durante a divulgação da pesquisa, o prefeito Bruno Covas disse que a Covid-19 destaca as desigualdade sociais.
“É uma doença que traz luz à desigualdade social que nós temos na cidade de São Paulo. Então a prevalência maior nas regiões de menor IDH, entre a população menos escolarizada, entre pretos e pardos, nas residências com maior quantidade de pessoas. Mas a gente não pode deixar de destacar que neste último inquérito houve um aumento de 53% do número de casos nos distritos de maior IDH e um aumento de 100% na região centro-oeste, que é exatamente uma das regiões mais ricas da cidade”, disse Covas.
A pesquisa da prefeitura começou no dia 10 de junho e tenta descobrir, por amostragem, quantas pessoas já foram infectadas pelo novo coronavírus na cidade. O exame sorológico avalia a presença de anticorpos específicos (IgM/igG). Portanto, identifica casos passados da doença.
Nesta quinta fase do inquérito foram feitos exames de coronavírus em 2.226 pessoas, escolhidas por meio de um sorteio de domicílios na área de abrangência das 472 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) em todas as regiões da capital paulista.
Ele é usado para monitorar a porcentagem da população que já teve contato com o vírus. Ao todo, serão nove etapas do inquérito sorológico, que começou na fase 0 e vai até a fase 8. O índice de confiança da pesquisa é de 96%.
A presença de anticorpos no organismo não significa que a pessoa está imune à doença. Pesquisadores ainda estudam qual é a taxa de anticorpos necessária para que o indivíduo se torne imune e também quanto tempo esta imunidade pode durar.
G1SP
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