Após mais de quatro anos de investigação, a Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (21), a Operação Lágrimas de Sal, afirmando que tem o objetivo de “robustecer o conjunto de provas de crimes e omissões” nas mais de quatro décadas da mineração de sal-gema, operada pela Braskem até 2019. As ilegalidades apuradas causaram tremores de terra e destruição pelo afundamento do solo de cinco bairros de Maceió; e envolvem a apresentação de dados falsos para órgãos fiscalizadores. Os 14 mandados de buscas são cumpridos na capital alagoana, em Aracaju e no Rio de Janeiro, por cerca de 60 policiais.
A PF informou que as investigações já apuraram indícios de que as atividades de mineração, desenvolvidas por meio de 35 poços explorados de 1976 a 2019, descumpriram parâmetros de segurança previstos na literatura científica e nos respectivos planos de lavra. Tais regras ignoradas pela Braskem visavam garantir a estabilidade das minas e a segurança da população que residia na área do maior desastre socioambiental urbano em andamento no planeta, que expulsou mais de 60 mil pessoas de suas casas e empresas, nos bairros de Bebedouro, Bom Parto, Farol, Mutange e Pinheiro.
“Foram identificados indícios de apresentação de dados falsos e omissão de informações relevantes aos órgãos públicos responsáveis pela fiscalização da atividade, permitindo assim a continuidade dos trabalhos, mesmo quando já presentes problemas de estabilidade das cavidades de sal e sinais de subsidência do solo acima das minas”, disse a PF.
“O MPF segue acompanhando todo o Caso Braskem, inclusive, a investigação policial. Na condição de titular da ação penal, informa que assim que estiverem reunidos elementos necessários, as medidas adequadas serão adotadas”, diz o MPF, por meio de nota.
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