A Paraíba e o Tocantins foram os dois únicos estados do País em que o percentual de famílias que vivem em extrema pobreza (renda familiar per capita de até R$ 85 por mês) não aumentou nos últimos quatro anos. A revelação é do estudo feito pela Tendências Consultoria, cujo resultado atestou o crescimento da miséria na média nacional subiu para 4,8% da população em 2017, contra 3,2% em 2014.
Adriano Pitoli, diretor da Tendências, aponta uma forte correlação entre a crise econômica e a evolução da pobreza. “Não surpreende que os estados que mais sofreram com a recessão foram os que tiveram maior piora na pobreza extrema”, afirma.
Piora acentuada no Nordeste
Bahia, Sergipe, Piauí foram os estados da região com o maior crescimento da pobreza extrema. No Maranhão, ela chegou a 12% em 2017, o pior resultado do país.
O Acre foi o estado que mais teve um aumento da pobreza extrema entre 2014 e 2017, de 5,6%. Enquanto isso, estados do Sul e Sudeste estão entre os menos prejudicados pela crise, apesar da piora generalizada.
“O Nordeste era um destaque positivo de renda e consumo nos anos anteriores à crise, com peso grande de aposentadorias, do Bolsa Família e da folha de pagamento de servidores. Regiões mais dependentes dessa transferência de renda sofreram mais”, analisa o diretor da Tendências.
Pitoli aponta que, mesmo sem cortes de benefícios e programas sociais, a redução de gastos públicos afetou os projetos de investimento do governo e pegou em cheio a região.
O estudo ainda não levantou os dados de 2018, mas a expectativa, segundo Pitoli, é de uma melhora muito discreta na taxa de extrema pobreza no país, devido à lenta recuperação da economia.
Com G1
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