O início da comercialização do dostarlimab (Jemperli) no país está previsto para agosto, segundo a farmacêutica GSK Brasil. Em estudo americano, tumores colorretais de pacientes que receberam o medicamento por seis meses desapareceram. No entanto, por aqui, o remédio está liberado apenas para o tratamento de um tipo raro de câncer de endométrio (tecido que reveste a parede interna do útero).
O tratamento-padrão para esse tipo de câncer envolve radioterapia, quimioterapia e, muitas vezes, cirurgias – alguns pacientes precisam ser ostomizados. A imunoterapia, por outro lado, é menos agressiva e deixa menos sequelas.
“Com esse estudo, a gente consegue agora identificar uma parte dos pacientes que se beneficiam muito de imunoterapia”, diz Tulio Pfiffer, médico oncologista do Hospital Sírio-Libanês, ao se referir a pacientes com tumores quentes (com dMMR) na fase inicial da doença. “Ao que tudo indica, a imunoterapia vai substituir um tratamento longo e pesado que costumava deixar muita sequela.”
Pfiffer destaca que o estudo tem “resultado inicial extremamente promissor”, porém é preciso analisar o progresso dos pacientes no médio e longo prazos. Ele também afirma que é preciso fazer testes em maiores escalas. O estudo americano envolveu apenas 18 pessoas – quatro ainda estão em tratamento. “Para mudar o paradigma de tratamento, a gente faz estudos com centenas ou milhares de pacientes.”
Segundo o especialista, a descoberta abre horizontes para o tratamento de pacientes com tumores quentes na fase inicial. “Possivelmente esse benefício não se restringe só ao dostarlimab. Outros anticorpos monoclonais dessa mesma classe podem dar um resultado muito semelhante.”
A GSK Brasil disse que o resultado “surpreendeu positivamente” e que, por isso, a farmacêutica vai desenvolver estudos nos pacientes com câncer de reto em estágios iniciais ou localmente acometidos. “Este dado pode trazer uma nova perspectiva para estes pacientes”, destacou a farmacêutica em nota
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