A CNC (Confederação Nacional do Comércio) prevê que as vendas tenham uma alta de 2,3% em relação a 2017. A taxa de crescimento é menor do que a registrada no ano passado, de 3,9%. “É um resultado frustrante. O crescimento vai ser mais lento que há um ano. No início de 2018, esperava-se que o varejo deslanchasse, e não foi o que ocorreu”, afirma Fabio Bentes, chefe da divisão econômica da entidade.
Os resultados decepcionantes vêm se repetindo desde a paralisação dos caminhoneiros, no fim de maio.
Para Bentes, o evento antecipou o clima de insegurança no país, que era previsto para iniciar em julho, com a aproximação das eleições.
“Houve um aumento da incerteza e, com ele, o dólar mudou de patamar. Isso vai fazer com que o varejo tenha mais dificuldade de reter o aumento de custos, o que deve se refletir no preço final”, diz ele.
Mesmo com a recente valorização do real perante a moeda americana, o preço do dólar acumula uma alta de cerca de 18% nos últimos 12 meses.
Um dos setores mais afetados pelo câmbio é o de eletroeletrônicos, que representam cerca de 15% das vendas do Natal, segundo a CNC.
Isso se reflete nos dados de importação de eletrônicos dos meses de julho e agosto deste ano, segundo um relatório da Maersk Line, companhia líder de transporte marítimo no mundo.
Tradicionalmente, esses meses representam um pico nas importações, para que o comércio possa fazer seu estoque para as vendas de fim de ano.
No entanto, em 2018, os meses tiveram queda em relação a 2017. Em julho, as importações de eletrônicos caíram 2% e, em agosto, 15%.
“É uma sazonalidade atípica. Normalmente é a época em que as encomendas começam a sair da Ásia”, afirma Fabio Britto, gerente geral de importação da Maersk.
Ele observa que, neste ano, o pico de encomendas se concentrou no início do ano, entre janeiro e março, principalmente devido à Copa do Mundo, quando as vendas de produtos audiovisuais costuma subir.
O setor logístico, que também é bastante mobilizando pelas vendas de fim de ano, também deverá ser negativamente afetado pelo Natal fraco, diz Britto.
Outros fatores que deverão prejudicar as vendas de Natal são as altas de preço de combustíveis e da energia elétrica, que afetam tanto para o consumidor, que fica com orçamento mais apertado, quanto os comerciantes, que também sofrem com essas tarifas.
Segundo a CNC, os segmentos que, historicamente, são mais demandados no Natal são os de supermercados (34%), vestuário (24,6%) e eletrônicos (15%). Com informações da Folhapress.
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