“Neste período de pandemia mundial marcada pela Covid-19, os cuidados preventivos aos demais tipos de doenças que atingem as pessoas devem ser ainda mais efetivos, pois aqueles que às contraem se tornam mais vulneráveis à possibilidade de infecção pelo coronavírus e às formas mais graves da doença que o mesmo provoca”. A observação da diretora-geral da Agência Estadual de Vigilância Sanitária, Jória Viana Guerreiro, foi destaque na edição desta semana do informativo radiofônico Momento Agevisa, dedicada à Campanha Julho Amarelo de Combate às Hepatites Virais.
Realizada durante todo o mês de julho, a campanha teve seu ápice na quinta-feira (28) com a celebração do Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais, data destinada à intensificação dos processos de informação e conscientização que objetivam reforçar as ações de vigilância, prevenção e controle das inflamações no fígado classificadas pelas letras A, B, C, D e E.
Através do Momento Agevisa, veiculado dentro da programação do Jornal Estadual da Rádio Tabajara (AM-1110 e FM-105.5) e disponível em https://agevisa.pb.gov.br/servicos/audios/195-edicao-de-30-de-julho-de-2020-hepatites-virais-incluem-pacientes-nos-grupos-mais-vulneraveis-a-covid-19.mp3, a diretora da agência reguladora estadual ressaltou que as hepatites virais exigem atenção especial dos órgãos governamentais, dos serviços públicos e privados de saúde, e da sociedade como um todo, por se constituírem num grave problema de saúde pública de alto poder letal, ou seja: capaz de matar.
Jória Guerreiro explicou que o tema hepatites virais interessa à Agevisa por estarem os cuidados preventivos à doença ligados a todas as áreas de atuação do órgão sanitário (Estabelecimentos e Práticas de Saúde e de Saúde do Trabalhador, Ciência e Tecnologia Médica e Correlatos, e Medicamentos, Alimentos, Produtos e Toxicologia). “As hepatites virais podem ser causadas, dentre outros fatores, pela ingestão de água e alimentos contaminados, contato com fezes de pessoas infectadas, transfusão de sangue, compartilhamento de seringas etc. E todas essas possibilidades são enfrentadas diariamente através da ação regulatória da Vigilância Sanitária”, enfatizou.
Segurança do paciente – Conforme o diretor-técnico de Saúde da Agevisa/PB, Geraldo Moreira de Menezes, o atendimento às pessoas com hepatites nos serviços de saúde exigem cuidados muito especiais em face das variadas possibilidades de contaminação capazes de vitimar as pessoas já doentes (que podem, por exemplo, ser infectadas pelo coronavírus), e também os profissionais de saúde, que estão permanentemente em contato com os portadores dessas patologias.
“Em todas as situações, o cuidado com a segurança do paciente é tão importante quanto os conhecimentos técnicos e científicos que os profissionais (médicos, enfermeiros, anestesistas, servidor administrativo, pessoal de limpeza, dentre outros) colocam à disposição daqueles que buscam socorro médico para se livrar das doenças, e não para contrair outras”, observou Geraldo Moreira.
Formas de transmissão – Responsável pela coordenação do Núcleo de Segurança do Paciente da Agevisa/PB, a gerente-técnica de Inspeção e Controle de Sangue e Hemoderivados, Vívian de Oliveira Lopes, explicou que dentre as formas de transmissão das hepatites virais estão a transfusão de sangue e hemoderivados e o contato com sangue contaminado por meio do compartilhamento de seringas, agulhas, lâminas de barbear, alicates de unha e outros objetos perfurocortantes.
Na atualidade, segundo ela, o contágio via transfusão não é tão comum no Brasil em face dos cuidados que passaram a envolver esse tipo de procedimento após a adoção de uma eficiente rede de serviços de hemoterapia formada por Hemocentros e Hemonúcleos. A Rede de Hemoterapia, conforme explicou, é responsável pelo controle de qualidade do sangue e hemoderivados desde a coleta até a transfusão, passando pelo emprego de tecnologias eficientes e pela rigidez na triagem de doadores e na proteção à segurança dos receptores.
As hepatites virais podem ser transmitidas também pelo contágio fecal-oral, especialmente em locais com condições precárias de saneamento básico, de fornecimento d’água e de higiene pessoal e dos alimentos; pela relação sexual desprotegida, e de forma vertical (da mãe para o filho durante a gravidez). A doença pode ainda ser causada pelo uso de medicamentos, álcool e outras drogas, e também por doenças autoimunes, metabólicas ou genéricas.
Em todos os casos, de acordo com a gerente-técnica de Sangue e Hemoderivados da Agevisa/PB, o melhor remédio é o conhecimento sobre a doença e a prevenção. Daí a importância das campanhas e do comprometimento do poder público e da sociedade na divulgação e no enfrentamento do problema.
Sintomas e formas de prevenção – Segundo Vívian Lopes, as hepatites nem sempre apresentam sintomas. “Quando estes aparecem, no entanto, podem se manifestar na forma de febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, cansaço, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras”, enfatizou.
Para prevenir a doença, ela disse que a principal alternativa é a vacina, no caso das Hepatites A, B e D, e que, no geral, é importante lavar as mãos com frequência; cozinhar bem os alimentos; lavar pratos, copos, talheres e mamadeiras; usar instalações sanitárias adequadas; adotar medidas rigorosas de higiene como desinfecção de objetos, bancadas e chão; evitar banhos em águas de enchentes ou próximo a esgoto; evitar construção de fossas próximas a poços e nascentes de rios, usar preservativos e se auto higienizar antes e após as relações sexuais.
Também não se deve compartilhar objetos de uso pessoal, tais como lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, material de manicure e pedicure, seringas e material para confecção de tatuagem e colocação de piercings. E para evitar a transmissão vertical (da mãe para o bebê), é importante que toda mulher grávida faça, no pré-natal, os exames para detectar as hepatites B e C, HIV e sífilis
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