Depois de encontros com lideranças comunitárias, presidentes de Conselhos Municipais de Saúde, dos agentes comunitários de saúde e dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais de vários municípios do Sertão da Paraíba, a Federação Paraibana das Associações Comunitárias (FEPAC/PB) percebeu a necessidade de se implantar duas casas de apoio em João Pessoa para atender principalmente aos pacientes que vêm do interior do Estado à procura de atendimento médico que na maioria das vezes não acontecem no mesmo dia de suas chegadas, e estes por sua vez são pessoas humildades que não tem como custear uma hospedagem, garantindo uma dormida digna, higienização adequada e o mínimo de segurança visto que boa tarde dessas pessoas se propõem a pernoitar em calçadas estacionamentos de hospitais afim de alcançar o atendimento necessitado.
De acordo com presidente da FEPAC, Edson Cruz, o problema acontece com os municípios de pequeno porte que não tem condições de alugar uma casa na Capital para colocar os seus pacientes. O assunto foi um dos temas principais da reunião que aconteceu semana passada na cidade de Patos entre a FEPAC, e várias lideranças que representam os Conselhos Municipais de Saúde, os Sindicatos dos Trabalhadores Rurais e dos agentes de saúde que convivem de perto com os problemas da população.
Edson Cruz adiantou que já pediu ao Conselho Estadual de Saúde para que coloque o assunto na pauta na próxima reunião. Ao ser informado sobre o pedido, o presidente do Conselho, Eduardo Cunha se mostrou sensível à causa e garantiu que também vai lutar para que essas casas sejam implantadas na Capital. “Temos que garantir o mínimo de dignidade a essas pessoas que vêm de tão longe a procura de atendimento médico e quando chegam à Capital ficam perambulando pelos hospitais porque não tem onde ficar”, disse Eduardo Cunha.
Para João Bosco Eliutério de Assis, presidente do Sindicato dos Agentes Comunitários de Saúde e dos Agentes Comunitários de Endemias de Patos e Região, o objetivo das casas de apoio é proporcionar uma condição mínima aos irmãos(as) que chegam diariamente do interior de nosso estado. “É expressivo o quantitativo de pacientes que buscam saúde em especializações diversas na capital, a maioria precisa de tratamento oncológico e não conseguem às vezes, por motivos diversos, o atendimento no dia de chegada e esses pacientes não tem local para pernoitar, se higienizar, e os que chegam a regressar no mesmo dia correm risco no trânsito visto que os motoristas que conduzem os carros do alto sertão saem dos seus municípios ainda de madrugada para chegar na primeiras horas do raiar do dia em João Pessoa, esses motoristas não tem local seguro para um repouso”, alertou.
Francisco das Chagas Coelho de Araújo (Kiko chagas), Presidente do sindicato dos agentes comunitários de saúde e combate as endemias do Curimataú Paraibano e presidente do Conselho Municipal de Saúde de Cuité-PB, também destacou a importância das casas de apoio na Capital. “Nós sabemos o quanto os pacientes sofrem sem ter um local adequado para ficar e vamos nos unir e lutarmos para conseguirmos essas casas de apoio” enfatizou.
O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais em Saúde de Piancó e Região –SINSERMUSP, Eliziário Evangelista de Paula, afirmou que um dos grandes problemas dos pacientes que buscam tratamento médico em João Pessoa é não ter um lugar para ficar. “Se conseguirmos essas duas casas de apoio será uma grande conquista para todos nós e e vai trazer mais dignidade e respeito para os nossos pacientes”, destacou.
Claudemir Bento da Silva, presidente do Conselho Municipal de Saúde de Patos disse que o intuito das casas de apoio é atender principalmente pacientes vindos dos municípios de pequeno porte que não tem esses abrigos na Capital. Muitas das vezes, motorista e pacientes, mesmo cansados, têm que voltar no mesmo dia porque não tem onde ficar para repousar isso é muito desumano, sem contar o risco que correm de acontecer um acidente devido ao cansaço do motorista”, destacou.
O presidente da FEPAC-PB explicou que a intenção é implantar uma casa de apoio no Castelo Branco para atende aos pacientes que fazem tratamento no Hospital Universitário e outra no bairro de Jaguaribe nas proximidades dos Hospitais Laureano, São Vicente de Paula e Arlinda Marques. “
“Essas casas têm que ficar o mais perto possível das unidades de saúde para facilitar a locomoção dos pacientes que vêm para a Capital e não tem um local adequado para repousar”, destacou.
Ele disse afirmou que para a criação dessas casas será necessário que a bancada federal em Brasília consiga recursos financeiros por meio de emendas via Sistema Único de Saúde (SUS) para ajudar o Estado nas despesas, principalmente com o aluguel ou construção e mobiliário dos imóveis. Ele disse ainda que os municípios também terão a sua contribuição arcando com o almoço dos pacientes. “A comida será oferecida na própria casa a um preço acessível para todos”, finalizou Edson Cruz.
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