Os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) da Prefeitura Municipal de João Pessoa atendem pessoas com transtornos mentais persistentes e também quando decorrentes da dependência de álcool e outras drogas. O serviço é realizado a partir de quatro unidades com perfis específicos de pacientes e o tratamento conta com diversas atividades diárias, tendo sido ainda mais importante no contexto da pandemia da covid-19.
A coordenadora de Saúde Mental do Município, Alexandra Cruz, afirma que no período de isolamento social em prevenção à covid-19 houve uma redução na demanda pelo serviço. Por outro lado, o número de atendimentos na rede de urgência, que é feita no Pronto Atendimento de Saúde Mental (Pasm), aumentou.
“O isolamento social favorece a ansiedade e a depressão, e percebemos o aumento no registro do atendimento de tentativas de suicídio, 70 casos, ocorridos entre crianças, adolescentes e adultos, no período de janeiro a agosto”, comenta ela.
No mês passado, em alusão à campanha de prevenção ao suicídio, Setembro Amarelo, os Caps realizaram diversas atividades com conversas sobre o tema “in loco”, e de forma virtual, com lives e diálogos semanais, envolvendo usuários de todos os serviços da rede.
Atividades – Conforme Alexandra Cruz, todos os serviços continuam abertos durante a pandemia, com suspensão apenas dos atendimentos em grupos. Para os usuários dos Caps, foram montadas várias estratégias para fortalecer a linha de cuidados, a exemplo das oficinas virtuais, conversas telefônicas e diálogo com familiares. Para os novos usuários, a maior preocupação, conforme Alessandra Cruz, é estabelecer o vínculo, que é “ferramenta importante” para a saúde mental.
A coordenadora alerta aos familiares e usuários, sobre a importância do retorno ao serviço. “Seja no serviço especializado, seja na atenção básica, esta rede de cuidado e proteção deve ser fortalecida sempre, para que os usuários não cheguem à necessidade de utilizar os serviços de urgência”, adverte Alessandra.
A urgências são atendidas no Pasm, anexo ao Ortotrauma. “Quando a crise estabiliza, a pessoa é encaminhada para os Caps e Policlínicas, ou para o Hospital Juliano Moreira, quando precisa da internação”, informa Alexandra Cruz.
Nos Caps, os usuários não ficam internados. Eles voltam para casa todos os dias. Para ter acesso ao atendimento nos Caps, a família ou o próprio paciente pode procurar diretamente os serviços ou ser encaminhado por alguma Unidade de Saúde da Família (USF). É a partir das USF o encaminhamento para o atendimento de psiquiatria e psicologia feito nas Policlínicas Municipais.
Veja os perfis de atendimento dos Caps e os serviços da rede de atenção à saúde mental
Caps Caminhar – É o centro de atendimento e tratamento de pacientes adultos (usuários dos distritos sanitários II e III) com transtornos mentais graves e persistentes. Localização: Rua Paulino dos Santos Coelho, s/n, Jardim Cidade Universitária. Telefone: 3218-7008. Horário: 24h
Caps Gutemberg Botelho – É o centro de atendimento e tratamento de pacientes adultos (usuários dos distritos sanitários I, IV e V) com transtornos mentais graves e persistentes. Localização: Avenida Minas Gerais, 409, Bairro dos Estados. Telefone: 3211-6700. Horário: 24h
Caps AD David Capistrano – É o centro de atendimento e tratamento de pacientes adultos com transtornos mentais decorrentes do uso e dependência do álcool e outras drogas. Localização: Rua José Soares, s/n, Rangel. Telefone: 3218-5244. Horário: 24h
Caps I Infanto Juvenil Cirandar – É o centro de atendimento e tratamento de crianças e adolescentes que apresentam transtornos psicóticos, neuróticos e usuários de substâncias psicoativas. Localização: Rua Gouveia Nóbrega, s/n, Roger. Telefone: 3214-6079. Horário: segunda a sexta, das 8h às 17h.
Unidade de acolhimento infantil – recebe crianças e adolescentes que fazem uso abusivo de álcool e outras drogas. Eles são encaminhados pelos profissionais do Caps I para um acolhimento de seis meses. No local, participam de grupos terapêuticos, atendimentos individuais (de acordo com a necessidade), oficinas de artes, atividades esportivas, oficina de redução de danos, passeios e continuam frequentando suas escolas no período de acolhimento. Telefone: 3214-2724
Residências terapêuticas – São residências para onde são encaminhados usuários com transtornos mentais de longa permanência provenientes de hospitais psiquiátricos e sistema prisional, em muitos casos, sem referências familiares.
Pasm – Atende urgências e emergências psiquiátricas como surtos psicóticos, uso compulsivo ou abstinências de álcool e outras drogas, tentativa de suicídio, ansiedade e depressão aguda. Localização: Rua Agente Fiscal José Costa Duarte, s/n, Mangabeira II, (anexo ao Ortotrauma). Telefone: 3218-9727. Horário: 24h
Policlínicas – Os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) também podem ser atendidos nas policlínicas municipais, que possuem acompanhamento psicológico e psiquiátrico, localizadas nos bairros de Tambaú, Mandacaru, Jaguaribe, Cristo, Mangabeira, como também a Policlínica da Pessoa Idosa (anexo ao Hospital Santa Isabel, em Tambiá)
A rede de atenção à saúde mental ainda conta com urgências clínicas do Hospital do Valentina de Figueiredo e do Ortotrauma de Mangabeira.
Discussion about this post