Com o fechamento da fábrica de São Bernardo do Campo, a Ford também decretou o fim da produção do New Fiesta no Brasil. Simples assim, sem nenhum plano B, o modelo será vendido enquanto houver estoque, e o fabricante assegura que a manutenção e o fornecimento de peças para as unidades vendidas está garantido. Isso após ter interrompido a importação do Fiesta Sedan do México (o modelo nem consta mais no site da marca), e anunciado que o médio Focus (hatch e sedã fabricados na Argentina) deixam de ser vendidos por aqui a partir de maio.
O motivo de tantas baixas, claro, é o pouco interesse dos compradores em relação a esses modelos. Durante todo o ano de 2018, foram emplacados apenas 14.505 unidades do New Fiesta, menos que o Toyota Yaris (com 18.684 emplacamentos), que só foi lançado em junho. Os mais vendidos entre os hatches compactos premium são VW Polo (69.584) e Fiat Argo (68.011). Apesar dessa sexta geração do Fiesta já ter passado por duas reestilizações, ainda era um projeto competitivo em relação aos concorrentes. Certamente o bom desempenho do Ford Ka é o principal fator que tirou vendas do New Fiesta.
Em relação ao New Fiesta Sedan, apenas 1.564 unidades foram vendidas ao longo de todo o último ano, muito abaixo de modelos que ainda estão no páreo, como VW Virtus (41.634 emplacamentos) e Fiat Cronos (29.307). Também um ótimo veículo, o Focus entrou em decadência junto com todo o segmento dos hatches médios, tendo registrado 2.933 emplacamentos ao longo de 2018. Com preços semelhantes aos SUVs compactos, segmento mais desejado dos últimos anos, esses modelos caíram no esquecimento, ao mesmo tempo que sofrem concorrência dos compactos premium, e a tendência é que acabem. O Focus Fastback somou apenas 4.256 emplacamentos em 2018, o que pode ser comparado a um mês bem ruim do campeão Toyota Corolla.
COMO FICA? Então a gama da Ford do Brasil começa com o Ford Ka 1.0 S, vendido a partir de R$ 46.390. Ao todo são 10 versões do hatchback, que tem como topo de linha a versão 1.5 AT Titanium a R$ 68.990. Já o Ka Sedan vai de R$ 50.490, na SE 1.0, a improváveis R$ 72.390 no pacote 1.5 AT Titanium, totalizando oito versões. Com o término da linha New Fiesta e Focus, o próximo modelo da gama Ford é o suvinho EcoSport, a partir de R$ 78.990 na versão 1.5 SE. Seu topo de linha é o aventureiro Storm 2.0 AT 4WD, modelo muito bem equipado, mas que custa R$ 108.390.
Na linha dos veículos de passeio, em seguida vem o Fusion, cuja versão de entrada SEL 2.0 Ecoboost custa R$ 149.900. O pacote mais caro do sedã grande é o Titanium Hybrid, vendido por R$ 182.990. A marca também tem o SUV poderoso Edge ST 2.7 V6 biturbo, por R$ 299 mil, seguido pelo esportivo Mustang GT Premium 5.0 V8, vendido por R$ 315.900. Na linha de utilitários, a picape Ranger vai de R$ 110.490 na versão XLS 2.5 Flex MT até R$ 188.990 da topo de linha Limited 3.2 Diesel AT 4×4. A linha de caminhões também foi encerrada no país. Concluída a “faxina”, a Ford ficará com apenas 7 modelos no Brasil, esperando pelo possível lançamento do SUV médio Territory, ainda em estudo pelo fabricante.
VOLKSWAGEN Na última semana, a Volkswagen também anunciou a descontinuidade da perua Golf Variant, importada do México, outra vítima do boom dos SUVs. Há quem diga que o modelo foi retirado do nosso mercado para não concorrer internamente com o SUV T-Cross, a ser lançado em abril pela Volkswagen, mas o volume de vendas de 508 unidades em 2018 justifica melhor o fim de sua trajetória. Se o segmento das peruas compactas já é um fiasco, imagine os médios, que são bem mais caros. Já falamos aqui da extinção em curso dos hatches médios, e não estranhe se a marca alemã encerrar a fabricação do Golf por aqui. O primeiro sinal já foi dado, com a paralisação da produção do Golf para enfatizar a fabricação do T-Cross. O fabricante afirma que chegou a acelerar a produção do hatch médio no final do ano passado para fazer estoque, mas o modelo já falta nas concessionárias e não há prazo para retomar sua fabricação.
Fonte: Vrum
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