Se vivo estivesse, o economista e ex-ministro do Planejamento do Governo de João Goulart (28 de setembro de 1962 a 31 de março de 1964) e ex-ministro da Cultura do Brasil no Governo de José Sarney (14 de fevereiro de 1986 a 28 de julho de 1988), Celso Monteiro Furtado, completaria 99 anos no dia 26 de julho próximo e seus amigos estariam planejando as comemorações alusivas aos 100 anos na mesma data de 2020. Pois é isso o que está acontecendo.
O Conselho Regional de Economia da Paraíba (Corecon-PB) está na contagem regressiva para a realização de eventos que marcarão o centenário de nascimento Celso Furtado. Paraibano nascido na cidade de Pombal, Celso Furtado é considerado um dos mais importantes economistas do Brasil do século 20.
Foi fundador e idealizador da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), órgão do Governo Federal criado para incentivar o desenvolvimento industrial dos nove Estados que fazem parte do chamado polígono da seca. Com sede em Recife, a Sudene, hoje, é um órgão abandonado e sucateado.
Segundo o ex-economista e ex-professor do Instituto de Economia da Unicamp, Plínio de Arruda Sampaio Jr., que nasceu no mesmo dia em que paraibano, dez anos mais tarde (26 de julho de 1930), Celso Furtado foi um cientista social consagrado, que dispensou maiores apresentações.
Vasta produção intelectual
“Sua vasta produção intelectual abarca tanto questões teóricas sobre os obstáculos ao desenvolvimento das economias periféricas, como interpretações históricas sobre a formação econômica latino-americana e do Brasil. Suas pesquisas associam a gênese do subdesenvolvimento ao pesado legado do período colonial e a sua continuidade à presença de classes dominantes aculturadas, obcecadas em imitar os estilos de vida e de consumo das economias centrais”, escreveu Plínio de Arruda Sampaio Jr. no prefácio do livro “Formação Econômica do Brasil”, lançado pelo economista paraibano no ano de 2005 (32ª Edição), publicado pela Companhia Editora Nacional, no ano seguinte à sua morte.
Para Plínio ,que morreu em 08 de julho de 2014, Celso Furtado foi um “Um economista a serviço da nação”. Celso Furtado morreu no dia 20 de novembro de 2004, na cidade do Rio de Janeiro. Ele dividiu o livro “Formação Econômica do Brasil”, em três partes para que os leitores pudessem entender o Brasil contemporâneo do século 20.
A primeira parte vai da expansão comercial à empresa agrícola; dos fatores do êxito da empresa agrícola às razões do monopólio; da desarticulação do sistema, às colônias de povoamento do hemisfério norte e consequências da penetração do açúcar nas Antilhas. São os fundamentos econômicos da ocupação territorial do Brasil.
Na segunda parte, ele aborda temas como a capitalização e o nível de renda na colônia açucareira; o fluxo de renda e o crescimento; a projeção da economia açucareira e pecuária; a formação do complexo econômico nordestino e a contração econômica e expansão territorial. Por fim, na terceira parte do livro, Celso Furtado se concentrou em três questões: povoamento e articulação das regiões meridionais; fluxo da renda; e regressão econômica e expansão da área de subsistência.
Legado de repercussão internacional
Celso Furtado escreveu dezenas de livros e deixou um legado que até hoje repercute na história do Brasil e em outras nações. O presidente do Corecon-PB, Celso Mangueira, aproveitou sessão plenária do Conselho Federal (Cofecon), nos dias 29 e 30 de janeiro, em Brasília, que empossou os novos presidente, Wellington Leonardo da Silva; vice, Antônio Correia; e conselheiro conselheiros titulares e suplentes, para comunicar a decisão do Conselho Regional de homenagear Celso Furtado no seu centenário em 2020.
Foi uma oportunidade, segundo Celso Mangueira, para o Corecon-PB entregar a cada conselheiro um comunicado sobre eventos que serão realizados na Paraíba no ano de 2020, a exemplo das comemorações alusivas ao centenário de nascimento do ex-ministro, um dos maiores economistas do País em todos os tempos. “Especificamente sobre Celso Furtado, pedimos que os conselheiros, nos Estados, identifiquem economistas, historiadores e estudiosos da obra dele, e que, em algum momento, conviveram com ele”, disse Celso Mangueira.
Assessoria
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