Prática ajuda a desenvolver habilidades como interpretação, escrita, promove o aumento cognitivo e aumenta o repertório dos leitores
O dia 23 de abril marca a celebração do Dia Mundial do Livro, criada pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), para estimular o hábito da leitura e celebrar autores. No Brasil, 67% dos jovens entre 15 e 29 anos afirmam gostar de ler, mas leem apenas dois livros por ano, segundo o Relatório Jovens na Ibero-América 2021.
O hábito da leitura é fundamental para desenvolver habilidades como interpretação, análise e pensamento crítico – qualidades fundamentais para estudantes que estão se preparando para o Enem. “Além disso, a leitura amplia o vocabulário, melhora a escrita e promove o desenvolvimento cognitivo. Também ajuda os alunos a adquirir conhecimento sobre diferentes temas e culturas, preparando-os para enfrentar desafios acadêmicos e profissionais no futuro,” detalha Luís Miranda, diretor pedagógico do ISO Colégio e Cursos.
Luís é responsável pelo projeto Proseando, desenvolvido pelo colégio, que trabalha de forma contextualizada e multidisciplinar a leitura e o aprofundamento dos livros paradidáticos. Também funciona como um clube de leitura, no qual os alunos leem títulos por mês, selecionados conforme a faixa etária e contribui para ampliar o repertório cultural e literário.
“Acreditamos que, ao cultivar o hábito da leitura, estamos não apenas enriquecendo suas vidas individuais, mas também contribuindo para a construção de uma sociedade mais crítica, reflexiva e participativa,” acrescenta Luís.
O diretor do ISO ressalta ainda que os pais também podem estimular o hábito nos filhos. O primeiro passo é também serem leitores e lerem para os filhos desde pequenos. Ter em casa uma variedade de livros, ler em voz alta, visitar bibliotecas e estabelecer momentos de leituras com a família também ajudam a tornar a leitura parte do cotidiano.
Leitura ajuda em momentos difíceis
Além de estimular o hábito da leitura, os livros também podem ser ferramentas poderosas para lidar com temas delicados, como o luto.
“Por ter uma forma de entendimento sobre a morte diferente dos adultos, muitas vezes é importante utilizarmos os recursos lúdicos para facilitar a comunicação e a expressão de sentimentos por parte da criança. Assim, podemos acolher tudo que ela traz com cuidado e conversar de forma honesta, evitando dizer que o ente virou estrelinha, dormiu ou foi viajar — expressões que não contribuem para o processo de luto,” explica Simône Lira, psicóloga especialista em luto do Grupo Morada da Paz.
Livros para estimular a leitura entre jovens
Para estimular a leitura entre jovens, o ideal é oferecer livros indicados para sua faixa-etária, que tenham uma variedade de gêneros literários, como ficção, fantasia e biografias. Segundo Nadja Mendes, alguns títulos indicados são:
Eu sou Malala: A história de uma família exilada pelo terrorismo global, da luta pelo direito à educação feminina e dos obstáculos à valorização da mulher em uma sociedade que valoriza filhos homens. O livro acompanha a infância da garota no Paquistão, os primeiros anos de vida escolar, as asperezas da vida numa região marcada pela desigualdade social, as belezas do deserto e as trevas da vida sob o Talibã.
Cartilha – O Luto Infantil da Turma do Vilinha: Produzida pelo Grupo Morada da Paz, apresenta conceitos sobre o luto infantil de forma lúdica.
O Diário de Anne Frank: O depoimento da pequena Anne, morta pelos nazistas após passar anos escondida no sótão de uma casa em Amsterdã, ainda hoje emociona leitores no mundo inteiro. Suas anotações narram os sentimentos, os medos e as pequenas alegrias de uma menina judia que, como sua família, lutou em vão para sobreviver ao Holocausto.
O dia em que o passarinho não cantou: A autora Blandina Franco trata sobre a perda de um animal de estimação, uma experiência bastante comum para a criança, que provoca muito sofrimento e a coloca em contato com a questão da morte, podendo levar ao questionamento de outras situações de perda e morte.
A Culpa é das Estrelas: Hazel é uma paciente terminal. Ainda que, por um milagre da medicina, seu tumor tenha encolhido bastante ― o que lhe dá a promessa de viver mais alguns anos ―, o último capítulo de sua história foi escrito no momento do diagnóstico. Ela conhece Augustus Waters, um garoto bonito que certo dia aparece no Grupo de Apoio a Crianças com Câncer. Juntos, os dois vão preencher o pequeno infinito das páginas em branco de suas vidas.
O Sol é Para Todos: Nesta emocionante história ambientada no Sul dos Estados Unidos da década de 1930, região envenenada pela violência do preconceito racial, vemos um mundo de grande beleza e ferozes desigualdades através dos olhos de uma menina de inteligência viva e questionadora, enquanto seu pai, um advogado local, arrisca tudo para defender um homem negro injustamente acusado de cometer um terrível crime.
Os Jogos Vorazes: Constituída por uma suntuosa Capital cercada de 12 distritos periféricos, a nação de Panem se ergueu após a destruição dos Estados Unidos. Como represália por um levante contra a capital, a cada ano os distritos são forçados a enviar um menino e uma menina entre 12 e 18 anos para participar dos Jogos Vorazes. As regras são simples – os 24 tributos, como são chamados os jovens, são levados a uma arena e devem lutar entre si até só restar um sobrevivente.
O Livro do Adeus: A fim de descomplicar essa delicada situação, o renomado autor e ilustrador norte-americano Todd Parr criou O livro do adeus. Com seus coloridos desenhos, a obra traz uma comovente e esperançosa história sobre dizer adeus a alguém que a gente ama. O autor, conhecido por abordar de forma simples e educativa questões que povoam a imaginação e as dúvidas dos pequenos, garante que este foi o livro mais difícil que já escreveu.
Extraordinário: August Pullman, o Auggie, nasceu com uma síndrome genética cuja sequela é uma severa deformidade facial, que lhe impôs diversas cirurgias e complicações médicas. Narrado da perspectiva de Auggie e também de seus familiares e amigos, com momentos comoventes e outros descontraídos, Extraordinário consegue captar o impacto que um menino pode causar na vida e no comportamento de todos, família, amigos e comunidade – um impacto forte, comovente e, sem dúvida nenhuma, extraordinariamente positivo, que vai tocar todo tipo de leitor.
Vovô não vai voltar?: Perder alguém que gostamos é algo muito difícil e doloroso. No caso das crianças, isso se torna ainda mais complicado, pois seu entendimento sobre a morte é restrito, dificultando a elaboração do luto. Nesse sentido, a orientação repousa no fato de que crianças precisam receber informações claras sobre a morte, para evitar a propagação de sentimentos como medo, insegurança e culpa. Baseia-se na compreensão dos quatro pilares que apoiam os estudos sobre a elaboração do luto por parte das crianças.
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