O deputado federal Frei Anastácio (PT/PB) disse que ficou preocupado com o aumento de 35,6% na violência no campo no ano passado. Foram quase um milhão de pessoas envolvidas (960.640). Os números foram anunciados durante o lançamento do Caderno de Conflitos no Campo Brasil 2018, pela Comissão Pastoral da Terra, na tarde da última sexta-feira (12), na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) no Distrito Federal.
“A maior parte desse aumento dos conflitos ocorreu justamente depois do golpe que retirou Dilma do poder. Pelo depoimento de um trabalhador do Amazonas, durante o lançamento da cartilha, a tendência é aumentar ainda mais a violência contra a população do campo”, disse.
Frei Anastácio relatou que o trabalhador disse que não pode ir mais nem a uma venda fazer compras, temendo morrer. “Ele denunciou que depois que Bolsonaro assumiu o poder, as ameaças aumentaram muito. Esse ânimo dos agressores do setor latifundiário está acirrado, em todo o país, e vai aumentar ainda mais, já que eles têm apoio do governo”, alertou.
O deputado parabenizou a CPT nacional pelo bom trabalho realizado, com a publicação, e pela assistência que dá aos trabalhadores e trabalhadoras. “Quero destacar também o excelente trabalho que a CPT Regional Nordeste II (Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Rio Grande Norte) realiza em toda sua área de atuação. Não vamos nos desanimar diante da violência. Vamos nos manter unidos nessa luta pela terra e na terra”, disse.
Aumento da violência contra a mulher
O parlamentar disse ainda que é preocupante os números da violência contra a mulher do campo. 2018, registrou a maior violência contra as mulheres, nos últimos 10 anos. Foram 22 mulheres assassinadas e 409 ameaçadas de morte, em conflitos de terra.
A publicação da CPT este ano, foi dedicada a duas mulheres: Marielle Franco e a irmã Alberta Girardi.
Conflito por água
O relatório também aponta que 2018 foi o ano com o maior número de conflitos por água no campo desde o início do registro realizado pela CPT, em 2002. Foram 276 casos e 73.693 famílias envolvidas. Desse total, 85% das famílias são comunidades tradicionais. O número de conflitos é 40% maior do que em 2017.
Assessoria
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