Uma das complicações decorrentes do diabetes mellitus, o chamado “pé diabético” afeta a vida de milhares de paraibanos todos os meses. O Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC-UFCG), vinculado à Universidade Federal de Campina Grande e à Rede Ebserh, conta com um serviço especializado no cuidado das lesões nos membros inferiores dos pacientes acometidos pela doença.
Somente de janeiro a outubro deste ano, foram realizados 1.718 procedimentos de curativo pé diabético no HUAC, conforme dados da Divisão de Registro Hospitalar. A sala ambulatorial do “pé diabético” funciona de segunda a sexta-feira no Caese (Centro de Assistência Especializada de Saúde e Ensino).
Segundo a gerente de Ensino e Pesquisa do Hospital Universitário, endocrinologista Alana Abrantes, o diabetes é uma doença crônico-degenerativa. “Quando o portador dessa doença não mantém a glicemia controlada, tem maior probabilidade de complicações e uma delas é na parte vascular e neurológica, principalmente nos pés”, afirmou.
Se houver esse tipo de complicação, a pessoa perde a sensibilidade para dor, calor, frio, resseca o pé e qualquer que seja o ferimento, desde que o paciente não esteja compensado (ter glicemia acima de 140 mg/dl), leva a um processo de infecção. “Se a circulação estiver boa, provavelmente esse processo será debelado e esse pé será preservado. Caso contrário, podem começar a ocorrer as mutilações, ocasionando amputações de um dedo, dois dedos, um antepé, um terço inferior da perna até chegar ao nível de coxa”, explicou a endocrinologista.
Atendimento – Na sala do “pé diabético” do HUAC, o paciente faz acompanhamento terapêutico e também recebe orientação preventiva em relação à higienização, forma correta de cortar as unhas, hidratação e calçados adequados, dentre outras questões.
A aposentada Maria Galdino Nascimento, 52 anos, sai de Alagoa Nova, na região do Brejo paraibano, para buscar atendimento no Hospital Alcides Carneiro todos os meses. Ela convive com o diabetes há 24 anos e já teve membros amputados por causa do “pé diabético”.
“Já fiz seis cirurgias por conta do diabetes. Quase todas aqui no HU. Eu não sinto direito os pés, porque fica dormente, aí vai ficando vermelho, vermelho, fica sem circulação direito e complica. Na primeira vez, amputei três dedos do pé, na segunda foi a metade do pé, depois também o calcanhar”, afirmou, acrescentando que também teve de amputar alguns dedos da mão.
STEP BY STEP
Nesta sexta-feira (30), profissionais do HUAC vão participar do evento Step by Step, na sede da Sociedade Médica (Açude Velho) a partir das 8h. O evento tem como objetivo debater a prevenção e o tratamento do pé diabético.
Promovido pela Sociedade Brasileira de Diabetes (SBP) e Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia-Regional Paraíba (SBEM-PB), o evento tem apoio do Hospital Universitário Alcides Carneiro, pois Campina Grande foi escolhida para sediar este ano a ação, que é itinerante. A abertura será feita pela presidente da SBD, Hermelinda Pedrosa, pela representante do HUAC, Alana Abrantes (que também é a presidente da SBEM-PB), além de um profissional indicado pela Secretaria de Saúde do município.
O Hospital Universitário vai participar do evento com a equipe do “Pé Diabético”, que inclui enfermeiros e médicos, além de estudantes e professores. A programação conta com palestras e oficinas, dentre as quais “Polineuropatia diabética” e “Cuidados podoprofiláticos e manejo das úlceras”.
Assessoria
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