O Instituto Federal da Paraíba teve três propostas de enfrentamento ao novo coronavírus aprovadas em edital do Governo da Paraíba. O edital organizado pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq) selecionou propostas de equipes dos campi Cabedelo, Campina Grande e Cajazeiras.
Teste mais rápido e barato
O projeto do Campus Cabedelo do IFPB propõe uma nova metodologia para realizar o teste do Covid-19 de forma mais rápida e que detecta o vírus em fase bem inicial. A coordenadora da equipe é a professora Maria Angélica Ramos da Silva, que fez toda sua pós-graduação na área de Biologia Molecular.
A proposta aprovada terá recursos de R$ 130 mil para serem aplicados durante nove meses. O objetivo é obter uma técnica a ser empregada para a testagem mais rápida da população e utilizada no começo da infecção. Segundo os proponentes: os testes rápidos atualmente empregados detectam apenas anticorpos e só devem ser utilizados mais tardiamente; até lá, se a pessoa está positiva, sem saber, pode ter infectado outras.
O teste rápido para covid-19 pretende diminuir os custos do SUS, dar mais agilidade ao sistema de detecção e aumentar a quantidade de locais onde possa haver a testagem molecular (a depender da necessidade do sistema). De acordo com a equipe, pode auxiliar, no futuro, na vigilância epidemiológica.
“Dura em torno de 30 a 40 minutos e se a gente conseguir desenvolver o teste, ele pode ser realizado no local de atendimento, como uma UPA, sem a necessidade de levar a um laboratório, claro a depender do interesse e da infraestrutura do Estado. Por ser um teste molecular, ele testa diretamente o vírus, diferentemente dos que estão sendo utilizados, os testes chineses, que detectam anticorpos, o que precisa levar um certo tempo para a análise”, explica Maria Angélica.
“A proposta foi desenvolvida com o intuito de minimizar os tempos de espera. O teste molecular atualmente requer equipamentos muito caros, reagentes bem caros e um pessoal bem especializado. Essa metodologia que estamos propondo é mais simples, os equipamentos mais baratos”, destaca a docente, que se une às várias ações do Instituto Federal da Paraíba no combate ao Covid-19.
A equipe conta também a professora Patrícia Fabian de Araújo Diniz, o técnico Dhieggo Glaucio Evaristo Gomes e os estudantes Sarah Alessandra Santos Luna Batista, Ana Maria Barbosa Neves e Matheus Dias dos Santos, todos do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas. Outros dois professores da UFPE, onde Maria Angélica fez seu pós-doc, Antonio Carlos de Freitas e André Luiz dos Santos Jesus, também estão na iniciativa, além da docente da UFPB, Ana Pavla de Almeida Diniz Gurgel.
Aplicativo fará mapeamento para prevenir surtos
O projeto de pesquisa com participação de servidores e estudantes do Campus Campina Grande do IFPB pretende criar um aplicativo para identificar regiões geográficas com tendência a surtos de infecção por Covid-19 na Paraíba. De acordo com o professor Paulo Ribeiro, engenheiro eletricista, o projeto foi o primeiro colocado na seleção.
“Em linhas gerais, o objetivo é conseguir detectar a probabilidade de surtos em regiões específicas de uma cidade, usando modelos específicos para esse fim, a partir dos dados do SUS e das secretárias de saúde. Com isso, esperamos poder indicar aos gestores onde surtos estão surgindo antes que, de fato, eles aconteçam”, explicou.
Fazem parte do grupo de pesquisadores, além de Paulo, os professores Edmar Candeia Gurjão, coordenador, e Adalberto Cajueiro, ambos docentes da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG); Catherine Sonaly Ferreira Martins, médica infectologista da Hospital Universitário Alcides Carneiro; e Roberto Carlos Vieira da Silva Júnior, pesquisador da área de Bioinformática e mestrando do NUTES-UEPB.
Geoprocessamento e gerenciamento de crise
O edital selecionou ainda um projeto da UFCG/ Laboratório de Sistemas de Informação (LSI) e em parceria com o Campus Cajazeiras: COVID19PB – Business Intelligence e Geoprocessamento para o Apoio ao Gerenciamento de Crise, que tem como coordenador Cláudio de Souza Baptista.
A proposta é de um software (via Web) para realizar análises espaciais, temporais e preditivas acerca da COVID-19 na Paraíba. Utiliza técnicas de business intelligence com analytics e geoprocessamento, que permitirão a integração de dados de saúde, socioeconômicos e ambientais sendo possível visualizar o impacto da ocupação humana no meio ambiente. A ideia é criar um sistema de apoio à decisão para o Governo da Paraíba.
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