As primeiras amostras para detecção de HTLV (retrovírus da mesma família do HIV – causador da aids) na Paraíba foram coletadas nesta terça-feira (17), no ambulatório da Maternidade Frei Damião. Cinco gestantes que já realizam acompanhamento pré-natal de alto risco foram submetidas à coleta. A Paraíba é um dos primeiros estados a implantar a Linha de Cuidado da transmissão vertical do HTLV, que contempla gestantes e os bebês que nascerão em breve. O resultado definitivo do exame é disponibilizado em, no máximo, 30 dias.
O HTLV ataca células de defesa do organismo, podendo evoluir para formas graves da infecção, como a leucemia de células T. Sua transmissão acontece de mãe para o filho, principalmente por meio do aleitamento, na relação sexual desprotegida, ou por meio do compartilhamento de seringas e agulhas contaminadas. O projeto, ainda em fase experimental, prevê o diagnóstico e prevenção do vírus que ainda é pouco conhecido pela população.
De acordo com a chefe do Núcleo IST/Aids da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Joanna Ramalho, a Linha de Cuidado tem o objetivo inicial de prevenir a transmissão do vírus para os bebês, caso a mãe seja diagnosticada com a doença. “Fazendo esse diagnóstico durante o pré-natal, podemos orientar a mãe sobre o tipo de parto adequado e o impedimento da amamentação, uma vez que o vírus pode ser transmitido pelo leite materno”.
Joanna explica que as mães que não puderem amamentar seus filhos por conta do HTLV terão a fórmula infantil garantida pelo Estado. “Queremos diminuir os riscos de transmissão por meio da amamentação, por isso, vamos oferecer a fórmula para alimentar o bebê até que ele complete um ano de idade”, garantiu.
Para ampliar o conhecimento dos profissionais sobre o HTLV, a Paraíba, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e os estados da Bahia, Rio Grande do Norte e Pernambuco, realizará, nos dias 25, 26 e 27 deste mês, o XIV Simpósio Internacional sobre HTLV no Brasil. O evento acontecerá em João Pessoa e trará discussões importantes para avançar no cuidado aos pacientes, tanto no manejo da doença quanto na prevenção.
Conforme o projeto piloto avançar, o serviço será expandido para a agregação familiar, como filhos e outros parentes.
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