A Sudema constatou que a morte de centenas de caranguejos encontrados na praia de Acaú, em Pitimbu, Litoral Sul paraibano, foi provocada pelo “elevado índice pluviométrico entre os dias 25 e 31 de maio, o aumento da vazão do rio Tracunhaém, o alagamento das zonas de manguezais e as mudanças em parâmetros físico-químicos (turbidez e salinidade) da água, segundo relatório divulgado nesta segunda-feira (20), após análise dos materiais coletados.
Conforme a Superintendência de Administração do Meio Ambiente da Paraíba (Sudema), as chuvas intensas ocasionaram “alterações comportamentais e fisiológicas nos indivíduos da espécie Ucides cordatus, fazendo com que estes se deslocassem ou fossem carregados pelo fluxo de água”.
O órgão também informou que a obtenção de alimento por essa espécie de caranguejo é realizada durante a baixamar nas proximidades das tocas. Desse modo, esses indivíduos tendem a se deslocar mais, à procura de zonas menos inundadas e, neste processo de migração, encontra alguns obstáculos, como a alta turbidez e a baixa salinidade, que acaba gerando uma alteração no equilíbrio osmótico.
Por fim, a Sudema identificou que a busca por outros locais distintos ao manguezal os expõe a áreas com ausência de cobertura vegetal, ocasionando uma exposição prolongada à radiação solar. Consequentemente, os indivíduos sofrem com a incidência direta dos raios UV, gerando apoptose (morte celular programada) de células específicas do sistema nervoso e, posteriormente, morte por exposição prolongada à radiação solar.
Segundo o conselheiro da reserva extrativista Acaú-Goiana, Antônio dos Santos Alves, esta foi a primeira vez que a reserva se deparou com a morte de centenas de animais. Ele explicou em nota à TV Cabo Branco que amostras foram coletadas e que devem ser analisadas para saber o que motivou a morte.
G1PB
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