Um caminho iniciado há 433 anos com destino ao mar tem sido retomado em sentido contrário, tendo como horizonte o Rio Sanhauá. Berço da cidade de João Pessoa, o Centro Histórico tem retomado o seu protagonismo enquanto espaço de moradia, comércio e lazer, estando cada vez melhor equipado para receber a população da cidade e seus turistas. Com a requalificação de marcos como o Hotel Globo, a Casa da Pólvora e os casarões da Rua João Suassuna, a Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) fortalece a cultura e a história do Município, com motivos para comemorar nesta sexta-feira (17) o Dia do Patrimônio Histórico.
Por muito tempo, a vida cotidiana do Centro Histórico foi pautada pelos empreendimentos da iniciativa privada. Durante o dia, o comércio de variedades dava o tom da procura pelo local. À noite, alguns poucos bares e discotecas tentavam investir em uma clientela que se vê representada pelo ambiente antigo e ares culturais. Para os turistas, o rico acervo de igrejas acabava sendo o único atrativo, além da visão externa dos prédios coloniais da Praça Anthenor Navarro. Em resumo, um imenso potencial desperdiçado ou subutilizado e uma das maiores riquezas do Município esquecida pela maioria dos moradores.
Essa lógica, no entanto, tem sido revertida pela atual gestão municipal, que colocou as políticas públicas de valorização do Centro Histórico na pauta do dia. A Villa Sanhauá é a obra que melhor representa esse momento. A princípio, pelo trabalho minucioso de preservação do patrimônio, que contou com etapas de arqueologia. Segundo, pelo seu caráter habitacional e de serviços, que leva vida de verdade ao ambiente.
A Villa Sanhauá é composta por oito casarões que foram reinseridos na rotina da cidade. No primeiro piso funcionam restaurantes, galerias de arte, estúdios fotográficos e as sedes de grupos culturais. Logo acima, unidades habitacionais que, por edital, priorizaram músicos, artistas plásticos, fotógrafos, designers e outros profissionais ligados à economia criativa.
Eventos e descanso – Os eventos culturais também ganharam novo fôlego, ganhando dois palcos de importância singular. Um deles é o Pavilhão do Chá, na Praça Venâncio Neiva, que foi requalificado e hoje é conhecido por sediar apresentações e eventos como o “Chá solidário”.
No mesmo sentido, a Casa da Pólvora, que foi revitalizada e ganhou novo Parque e Centro Cultural. Alem de um pôr do sol diferenciado, o espaço oferece shows e exposições que complementam a experiência na construção de 1710. E se falamos de pôr do sol e história, não há como não lembrar do Hotel Globo, um dos símbolos dos tempos áureos da João Pessoa colonial, que foi completamente reformado e voltou a ser ponto chave do roteiro turístico na Capital.
Quem busca um passeio tranquilo também pode encontrar isso no Centro, que oferece uma variedade de parques e praças que misturam o ambiente agradável à opulência histórica. O Parque da Lagoa já entrou no gosto dos pessoenses, voltando a fazer parte da vida social das famílias. O mesmo acontece com a Praça da Independência, com uma jardinagem diversificada que agrada tanto quem passa na correria, quanto quem pode parar e usufruir do ambiente. Além delas, foram restauradas a Praça da Pedra, Praça João Pessoa e a Praça 1817.
Projetos em andamento – Além das obras já entregues, outros projetos estão em andamento. É o caso do Conventinho, onde será instalada a primeira Biblioteca Municipal de João Pessoa e um Centro de Cultura e Artes. Além dos prédios, as ruas estão ganhando uma atenção especial. Com o projeto Caminhos da História, a PMJP vai requalificar 12 ruas da região, que dão acesso ao Porto do Capim a partir da Catedral Basílica de Nossa Senhora das Neves. Também serão recuperadas as praças Dom Ulrico e Socic e a Fonte dos Milagres.
Discussion about this post