Em 2022, os paraibanos se despediram de nomes da música, do cinema e também da política estadual. O g1 relembra personalidades que morreram este ano.
Milton Cabral, ex-governador da Paraíba
Milton Cabral, ex-governador da Paraíba — Foto: Divulgação/ALPB
Nascido em Umbuzeiro, no sertão do estado, Milton Cabral governou o Estado da Paraíba por nove meses, entre 1986 e 1987, quando foi eleito pela Assembleia Legislativa depois da renúncia de Wilson Braga. Era filho de Severino Cabral, ex-prefeito de Campina Grande.
Antes de ser governador, Milton Cabral foi deputado federal pela Paraíba, eleito em 1962, e senador, eleito em 1970.
Em 2015, Milton Cabral recebeu a mais alta comenda concedida pelo Poder Legislativo do estado, a Medalha Epitácio Pessoa. A cerimônia aconteceu na Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB)
Milton morreu aos 101 anos, no Rio de Janeiro, deixando esposa e três filhos.
Hermano Almeida, ex-prefeito de João Pessoa
Hermano Almeida, ex-prefeito de João Pessoa, morreu aos 96 anos, em Natal, no Rio Grande do Norte — Foto: Arquivo pessoal
Hermano Augusto de Almeida administrou João Pessoa de março de 1975 a março de 1979. Sobrinho do ex-ministro José Américo de Almeida, Hermano Almeida era engenheiro civil e foi nomeado para a prefeitura da capital no período da Ditadura Militar, pelo então governador Ivan Bichara Sobreira.
Além da administração municipal, Hermano Almeida foi secretário de transporte nos governos de Tarcísio Burity e Wilson Braga.
Ele morreu aos 96 anos, em 5 de dezembro, na cidade de Natal, no Rio Grande do Norte
Ivandro Cunha Lima, ex-senador pela Paraíba
Ex-senador da Paraíba Ivandro Cunha Lima — Foto: Divulgação
Ivandro Cunha Lima foi advogado e tabelião. A carreira política dele começou ainda nos movimentos estudantis. No ano de 1974, ele foi eleito suplente de senador e assumiu o mandato em 1977.
Já em 1982, quando terminou o mandato de senador, Ivandro iniciou sua campanha para a Câmara Federal, desistindo durante a campanha.
Em 1994, Ivandro se elegeu deputado federal e ocupou uma vaga na Câmara dos Deputados.
O ex-senador morreu aos 92 anos, em maio, na cidade de Campina Grande.
Oswaldo Trigueiro, ex-prefeito de João Pessoa
Oswaldo Trigueiro do Valle, ex-prefeito de João Pessoa, morre aos 87 anos — Foto: Divulgação/PMJP
Oswaldo Trigueiro, ex-prefeito de João Pessoa morreu aos 87 anos. Ele ocupou o cargo entre os anos de 1983 e 1986.
Além disso, também foi professor de Teoria de Administração da UFPB, pesquisador do Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq), assessor especial da FGV e docente de Administração do Curso de Mestrado da Universidade Federal de Pernambuco e da Fundação Regional do Nordeste (Furne-Campina Grande).
Tarik Lima, cantor
Cantor Tarik Lima Júnior, de 25 anos, era natural de João Pessoa — Foto: Divulgação
O cantor começou a ser conhecido a partir de 2020, com o remix de ‘Bate com Vontade’, com participação de Mc Dricka e Dadá Boladão.
A canção virou hit, inclusive nas redes sociais, como nos challenges do TikTok. Outros sucessos foram ‘Eu vou te empurrar’, que já ultrapassou 540 mil visualizações no YouTube, e ‘Eu vou te achar’, ambos com Mc Tetéu.
Além do YouTube e plataformas de streaming, como o Spotify, os challenges, que é como são chamados os vídeos de coreografias no TikTok, acumulam milhares de reproduções.
Antes de atingir sucesso nacional, Tarik já era conhecido no bairro de Mangabeira, onde morava. Filho de um agente da Secretaria de Mobilidade Urbana de João Pessoa (Semob-JP), desde 2012 ele costumava cantar em barzinhos e igrejas do bairro.
Tarik Lima morreu aos 25 anos, em acidente que estava em uma moto quando colidiram em um carro na BR-101, na cidade de Bayeux, na região metropolitana de João Pessoa. Ele estava acompanhado de Gabrielle Oliveira, sua namorada.
Derréis, cantor e compositor
Derréis morreu aos 83 anos, em Patos, no sertão da Paraíba — Foto: Divulgação
Conhecido principalmente na região de Patos, no Sertão da Paraíba, Luís Alves de Oliveira, conhecido como Derréis, começou a trabalhar como engraxate aos 10 anos, e encontrou nos versos da música uma nova paixão.
Ele morreu em junho, vítima de várias causas, como síndrome respiratória aguda grave e sepse do foco pulmonar.
Luzinete, a rainha da seresta
Luzinete de Bayeux era conhecida como “A Rainha da Seresta” na Grande João Pessoa. — Foto: Reprodução/TV Cabo Branco
Luzinete Silva Firmino, ‘A Rainha da Seresta’, era conhecida do público da Região Metropolitana de João Pessoa por seus shows interpretando clássicos da seresta em bares e restaurantes da região. No início da pandemia, em 2020, ela foi uma das primeiras artistas a fazer lives nas redes sociais, reunindo mais de 10 mil pessoas em uma de suas várias transmissões.
A cantora morreu vítima de sucessivas paradas cardiorrespiratórias, aos 67 anos, após dar entrada em um hospital de Bayeux com um quadro de desconforto respiratório.
Max Serrano, músico
Max Serrano era percussionista do grupo Pura Raiz — Foto: Jean Sinfrônio/Arquivo Pessoal
Max Serrano era percussionista da banda ‘Pura Raiz’ há 15 anos e morreu aos 38 anos, em João Pessoa, vítima de um infarto, no mês de junho. Ele havia sido internado durante uma semana em hospital da capital. Após o infarto, a equipe médica descobriu também um AVC hemorrágico. Ele não resistiu e morreu.
Gera Brito, cantor e compositor
Músico Gera Brito morreu em Campina Grande. — Foto: Foto: Reprodução/Facebook/Gera Brito
Gera Brito iniciou a carreira na década de 1980, cantando em bares de Campina Grande. Passou uma temporada no Rio de Janeiro na década de 1990 a convite de Elba Ramalho, quando conheceu grandes nomes da Música Popular Brasileira (MPB).
Chegou a se apresentar na abertura de shows de cantores como Geraldo Azevedo, a própria Elba Ramalho e também Luiz Melodia, ao mesmo tempo em que participava de festivais de música.
Gera Brito faleceu aos 58 anos, em decorrência de uma embolia pulmonar, que foi confirmada pela família.
Zé de Cila, contador de histórias
Zé de Cila morreu aos 76 anos — Foto: TV Paraíba/Reprodução
Zé de Cila era conhecido assim por conta de sua mãe, que se chamava justamente ‘Cila’, já que é comum em cidades interioranas se referir a alguém relacionando o nome da pessoa aos dos pais dela. O nome dele, na verdade, era José Nunes Araújo Neto.
O artista era uma figura conhecida em Cabaceiras, na Paraíba, onde a bodega dele – mercearia pequena mais comum em cidades do interior – se tornou um ponto turístico.
Ele recebia os turistas vestido com uma batina porque, segundo ele, foi a que usou quando foi dublê do personagem de Rogério Cardoso, o padre João, no filme “O Auto da Compadecida”.
Ele morreu aos 76 anos em junho, em decorrência de múltiplas causas, como insuficiência cardíaca e renal.
João Martins, escritor e compositor
João Martins foi o autor dos hinos de Treze e Campinense — Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal
Autor dos hinos de Campinense e Treze, João Martins de Oliveira foi o responsável por colocar em música a paixão dos torcedores pelos dois clubes. Além de compositor, João também atuou como radialista durante uma década na Rádio Caturité.
João morreu aos 72 anos em setembro, vítima de infarto, segundo familiares.
Eliezer Rolim Filho, professor e cineasta
Cineasta e professor Eliezer Rolim morre aos 61 anos — Foto: TV Cabo Branco/Reprodução
Natural de Cajazeiras, no Sertão, Eliezer Rolim era professor do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFPB desde 1993 e ministrava disciplinas principalmente nas áreas de desenho e história da arquitetura e urbanismo.
Fora das salas de aula, Eliezer Rolim se destacou na carreira de cineasta. Ele recebeu prêmios com sua produção teatral, onde se destacam os trabalhos de dramaturgia, cenografia, direção e iluminação.
Atuou ainda na área de cinema como produtor, roteirista e diretor, e foi membro da Academia Paraibana de Cinema.
O cineasta morreu aos 61 anos, devido a Covid-19.
Chico Maria, jornalista
Chico Maria trabalhou nas TVs Paraíba, Borborema e Cabo Branco — Foto: TV Cabo Branco/Arquivo
Primeiro no programa que levava seu nome, na TV Paraíba, depois no programa Confidencial, da TV Borborema, ambos de Campina Grande, Chico Maria ganhou destaque na televisão paraibana. Em 1988, estreou no programa Paraíba Meio Dia, da Rede Paraíba de Comunicação, que era transmitido em rede para todo o estado e seguiu até 2003. Nos três programas, se notabilizou pelas entrevistas com grandes personalidades da Paraíba e do Brasil.
Ao longo de mais de 30 anos, entrevistou todos os principais políticos do estado e nomes nacionais como Ariano Suassuna, Leonardo Boff, Pelé e dom Hélder Câmara.
Chico Maria também ocupava uma cadeira na Academia de Letras de Campina Grande e também exerceu cargo como jurista e delegado da Polícia Civil, antes de virar jornalista.
Antônio Vicente Filho, jornalista
Antônio VIcente Filho foi o autor da biografia de Jackson do Pandeiro — Foto: Divulgação
Com atuação no jornalismo cultural no estado, Antônio escreveu em parceria com o jornalista Fernando Moura, a biografia de Jackson do Pandeiro.
Antônio morreu em seu apartamento em fevereiro. A causa da morte não foi revelada.
Gil Sabino, jornalista e produtor
Gil Sabino morreu aos 62 anos — Foto: Divulgação
Conhecido principalmente pela sua atuação no jornalismo, Gil Sabino também se notabilizou na área cultural, onde foi produtor de grandes artistas nacionais e locais.
Ele morreu aos 62 anos, vítima de uma parada cardíaca.
G1Pb
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