Um homem ficou preso mais de 15 dias, no Rio de Janeiro, por conta de um crime que teria sido cometido pelo irmão, em Campina Grande, na Paraíba. O vigilante Gleriston José Tavares Costa foi solto neste domingo (18), do presídio ISAP Tiago Teles de Castro Domingues, em São Gonçalo, após decisão da Justiça da Paraíba. “Sofri uma injustiça”, disse Gleriston. O irmão dele agora está preso.
Gleriston José Tavares Costa estava preso desde o dia 31 de março. A troca de nomes aconteceu em Campina Grande, quando João Paulo Tavares Costa foi preso em flagrante por tráfico de drogas em 4 de fevereiro de 2020 e usou o nome do irmão na delegacia. João Paulo estava sem documentos no momento da prisão e deu o nome do irmão, que mora no Rio de Janeiro desde 2005.
João Paulo foi encaminhado para o Complexo Penitenciário do Serrotão, e a prisão em flagrante foi alterada para preventiva, podendo responder em liberdade, contanto que não saísse da cidade e se apresentasse à Justiça quando chamado.
João Paulo não cumpriu as medidas impostas pela Justiça, o que provocou a emissão de um mandado de prisão. Como João Paulo havia usado o nome de Gleriston, o mandado de prisão foi emitido em nome de Gleriston.
Ficha preenchida por João Paulo na delegacia, em Campina Grande, usando o nome do irmão — Foto: Reprodução/TV Paraíba
Gleriston foi preso em 31 de março, quando foi parado em uma blitz ao sair do mercado com sua esposa. No mesmo dia ele foi encaminhado para o presídio ISAP Tiago Telles de Castro Domingues.
A família buscou o advogado Gilberto Lopes, que tentou provar a inocência de Gleriston, mostrando que no dia do crime que foi cometido pelo seu irmão, estava trabalhando.
“Consta no processo a colheita de exames, impressões digitais, deveriam ter feito um cruzamento e conseguiriam resolver isso no momento da prisão, aqui no Rio de Janeiro mesmo” contou Gilberto.
João Paulo acabou sendo preso novamente em Campina Grande, após ser flagrado tentando arremessar drogas para dentro de presídio. Nesta situação, ele deu seu nome verdadeiro.
O advogado de Gleriston pediu relaxamento da prisão, porém a promotoria da Paraíba manteve. A reportagem da TV Paraíba entrou em contato com o juiz Edivan Rodrigues Alexandre, da Vara de Entorpecentes de Campina Grande, que emitiu o mandado de prisão em nome de Gleriston, e conversou sobre as inconsistências na prisão.
Após uma nova análise no processo, o juiz decidiu revogar a prisão preventiva em nome de Gleriston, devido a existência da dúvida da real identidade do suspeito. O processo continua e Gleriston deve comparecer a Justiça quando intimado.
O alvará de soltura foi expedido na quinta-feira (15), e Gleriston saiu neste domingo (18).
“Sofri uma injustiça, primeiro através de um irmão, que está no Nordeste, que foi preso diversas vezes, e uma dessas vezes ele usou meu nome, assinou por mim, se passou por mim, e eu tive o mandado de prisão, com surpresa, onde passei de 31 de março preso até hoje (domingo) e com dificuldade de reconhecimento da Justiça pela minha inocência”, relata Gleriston.
A TV Paraíba entrou em contato com a Secretária de Segurança da Paraíba, para questionar sobre a checagem da Polícia Civil no momento da prisão de João Paulo, mas não teve resposta.
G1Pb
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