O dólar fechou em forte alta nesta segunda-feira (26), em dia marcado pela aversão a risco no exterior, enquanto a reta final da corrida eleitoral no Brasil colabora para a cautela de investidores.
A moeda norte-americana subiu 2,52%, a R$ 5,3804 — maior valor em dois meses (22 de julho, R$ 5,4977). Na máxima do dia, chegou a R$ 5,4164.
Na sexta-feira, a moeda norte-americana encerrou o dia em R$ 5,2480, alta de 2,61% — maior alta diária desde 22 de abril, quando a moeda cresceu 4,04%. Com o resultado, acumulou queda de 0,2% na semana e alta de 0,91% no mês. No ano, tem queda de 5,86% frente ao real.
Já o Ibovespa teve queda acentuada, e voltou a perder os 110 mil pontos.
Os mercados globais estão sob pressão diante do aperto monetário no exterior e das preocupações com a recessão. No âmbito internacional, investidores monitoram a volatilidade no Reino Unido, cuja moeda recuou à mínima histórica na manhã de hoje, e no restante da Europa, onde há possibilidade de recessão e as autoridades monetárias buscam combater a alta de preços.
O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) disse nesta segunda que está monitorando os mercados financeiros de perto e não hesitará em mexer na taxa de juros se necessário. “O banco está monitorando os desenvolvimentos nos mercados financeiros bem de perto à luz da reprecificação significativa dos ativos financeiros”, disse.
“O Comitê de Política Monetária não hesitará em alterar a taxa de juros conforme necessário para levar a inflação de volta à meta de 2% de forma sustentável no médio prazo, em linha com seu mandato”, acrescentou.
Já o Banco Central Europeu (BCE) deve continuar a aumentar as taxas de juros de forma decisiva, pois é alto o risco de a inflação ficar estagnada em níveis acima de sua meta de 2%, disse nesta segunda o presidente do Bundesbank, Joachim Nagel.
“O risco de que as expectativas de longo prazo sejam desancoradas permanece alto”, disse Nagel em discurso. “Mais ações decisivas são necessárias para reduzir a taxa de inflação para 2% no médio prazo.”
O BCE já elevou sua taxa básica em 125 pontos-base, para 0,75%, ritmo mais acelerado de sua história. Investidores agora esperam que sua taxa de depósito ultrapasse 3% no próximo ano, nível mais alto desde 2008, antes do auge da crise financeira global.
Na semana passada, foram anunciadas decisões sobre as taxas de juros dos Estados Unidos e do Brasil.
O Federal Reserve (Fed), o banco central americano, aumentou as taxas de juros do país para uma faixa de 3% a 3,25% – uma alta de 0,75 ponto percentual. Foi a quinta vez neste ano em que os juros foram elevados. A nova alta levou a taxa básica de juros dos EUA ao seu maior patamar desde 2008, pouco antes de o país passar por sua maior crise desde a quebra das bolsas em 1929.
Discussion about this post