A bolsa de valores brasileiras, a B3, segue operando em forte queda nesta quarta-feira (18), depois de recuar mais de 10% e ter negócios suspensos na sexta paralisação em oito dias.
A queda da bolsa acompanha os mercados globais, em meio a temores de que nem mesmo a série de medidas anunciadas por governos e bancos centrais para combater os impactos do coronavírus será suficiente para evitar uma recessão global.
Às 14h10, o Ibovespa recuava 14,54%, a 63.768 pontos.
O chamado ‘circuit breaker’ foi acionado às 13h18, quando o Ibovespa recuava 10,26%, a 66.961 pontos. Esse mecanismo é disparado pela bolsa para interromper o pregão sempre que ocorrem oscilações muito bruscas e atípicas no mercado de ações. A bolsa voltou a operar às 13h53, com queda de 10,24%.
Pelas regras da bolsa de valores, um segundo ‘circuit breaker’ vai ser acionado nesta sessão se o Ibovespa cair mais de 15%. Nesse cenário, os negócios seguem interrompidos por 1 hora.
Desde que a pandemia do coronavírus teve início, o circuit breaker foi acionado seis vezes em apenas oito sessões. A última vez foi na segunda (16), quando o Ibovespa chegou a cair 13,92%.
Temor de recessão global
No mundo, os mercados vivem mais um dia de nervosismo nesta quarta, em meio aos elevados temores de uma recessão global, apesar da série de medidas anunciadas por diferentes governos para combater os efeitos da pandemia.
O clima era negativo nas principais bolsas no exterior, com as notícias sobre novos estímulos da véspera perdendo lugar para sinais crescentes dos danos da pandemia nas companhias.
“Investidores seguem avaliando efetividade dos estímulos fiscais e monetários no amortecimento dos impactos econômicos derivados do surto do Covid-19”, observou a equipe da Guide Investimentos. “Na falta de uma melhora no horizonte, alertas de recessão iminente continuam falando mais alto”.
“No momento, a preocupação predominante é de que todas as paralisações em quase tudo levarão a uma recessão”, avaliou Michael James, diretor administrativo de negociação de ações da Wedbush Securities.
Impactos no Brasil
O Banco UBS passou a projetar uma alta do PIB do Brasil em 2020 de apenas 0,5%, ante previsão anterior de crescimento de 1,3%, diante do cenário de recessão global.
Na véspera, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência informou que o governo pedirá ao Congresso Nacional para reconhecer estado de calamidade pública em razão da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus.
De acordo com a Presidência, se for reconhecido o estado de calamidade, a União não precisará cumprir a meta fiscal prevista para 2020. O orçamento deste ano, sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro, admite déficit fiscal de até R$ 124,1 bilhões nas contas públicas.
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