O brasileiro vai pagar mais caro pelo pãozinho francês e massas nos próximos meses. Após a invasão da Ucrânia pela Rússia, o preço do trigo disparou no mercado internacional e, em breve, começará a ser repassado a seus derivados, avaliam economistas.
Os dois países respondem, em média, por 30% de todo o cereal comercializado no mundo e, com a guerra, o valor do produto na Bolsa de Chicago (EUA) chegou a subir quase 40% entre 23 de fevereiro e 7 de março, diz o especialista de trigo da consultoria Safras & Mercado, Élcio Bento.
A alta no mercado externo mexe com os preços de todos os países, inclusive com os da Argentina, de onde vem 85% das importações brasileiras de trigo, segundo a Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo). Dois terços do cereal consumido no país vem outros países.
“O reflexo [nos preços dos pães e massas] tende a ser imediato. O trigo que está sendo usado, neste momento, para fazer farinha foi comprado por um valor menor. Mas, se você pensar como empresa, ao saber que a matéria-prima vai aumentar, você começa a repassar preço rapidamente”, diz Bento.
Segundo ele, os estoques de trigo mais barato devem acabar, aproximadamente, em abril, mês em que, para o economista, o aumento de preços deve começar a ser sentido no bolso do consumidor.
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