As classes A e B foram os segmentos sociais que mais conseguiram aderir ao home office durante a pandemia do novo coronavírus. Segundo pesquisa Datafolha, encomendada pelo C6 Bank, 52% dos trabalhadores desse grupo adotou o trabalho em casa.
Na classe C, o índice cai bastante. Apenas 29% dos profissionais puderam passar suas funções para o teletrabalho. Nas classes D e E, a parcela é ainda menor, com 26%.
A pesquisa extrapola os percentuais em relação à População Economicamente Ativa (PEA) brasileira. Foram ouvidos 1.503 pessoas, por telefone, em todas as regiões do Brasil. A sondagem aconteceu entre 6 e 10 de julho, com margem de erro de 3 pontos percentuais.
O trabalho de casa foi uma das principais medidas para aumentar os índices de isolamento social durante a pandemia. A economia brasileira, contudo, tem o setor de serviços bastante representativo na geração de empregos, o que limita a possibilidade de trabalhar à distância.
Por esse motivo, mais de dois terços dos trabalhadores assalariados diz não ter migrado para o home office (68%). A quantia cai para autônomos, empresários e liberais, mas ainda é maioria, com 53% que continuaram a trabalhar presencialmente.
Trabalho qualificado
O levantamento dá conta que pessoas com ensino superior foram as que mais aderiram ao home office, com 57% dizendo que se afastaram do escritório. Conforme cai a escolaridade, o índice também é menor.
Dos trabalhadores com ensino médio completo, 31% partiu para o teletrabalho. Dentre os que têm ensino fundamental, 22% puderam se afastar.
Como as funções de trabalhadores mais qualificados, em geral, podem ser realizadas à distância, essa fatia teve os contratos de trabalho suspensos em menor proporção. Nas classes A e B, 14% tiveram interrupção do contrato contra 23% na classe C e 21% na D e E.
Os estratos com maior escolaridade, de trabalho mais complexo, não só puderam se isolar como foram menos prejudicados no trabalho. Perguntados se a carreira sentiu efeitos da pandemia, a proporção é maior nas classes mais baixas. Profissionais das classes D e E se dizem prejudicados em 58% dos casos. Nas classes A e B, 37%.
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