No apagar das luzes de 2017, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, liberou quase meio bilhão de reais em recursos a centenas de municípios. A edição do Diário Oficial de sábado (30/12) teve 74 páginas, todas elas com portarias da pasta. Uma delas, só com convênios liberando mais recursos e houve até uma edição extra para que três municípios do Paraná, estado do ministro, não ficassem fora.
Barros fez questão de registrar o trabalho extra em vídeo publicado em suas redes sociais dizendo que o dinheiro liberado era para honrar compromisso com “parceiros” do governo de Michel Temer. O ministro destacou que a pasta registrou em 2017 um recorde de empenhos, como são chamadas as promessas de pagamento. Disse esperar que neste ano o volume seja superado.
No total, foram liberados R$ 436 milhões no dia 30 de dezembro. Boa parte dos recursos foi para emendas parlamentares. O Ministério da Saúde é quem mais recebe emendas parlamentares, pois metade da verba liberada para emendas deve ser alocada na pasta. Por isso, o esforço para a liberação de recursos no fim do ano tem também um componente político: agradar a base parlamentar de Temer.
A cidade do Rio de Janeiro recebeu cerca de R$ 50 milhões. Deste montante, R$ 32,2 milhões vieram de emendas parlamentares com objetivo de aquisição de equipamentos e material permanente para estabelecimentos de saúde. O Diário Oficial não identifica que político apresentou cada emenda. Os municípios paranaenses beneficiados são Campo Largo, Cianorte e Campo Mourão. O primeiro receberá R$ 1 milhão, e os demais, R$ 500 mil cada. O ministro é deputado federal licenciado e tem planos eleitorais no estado. Sua mulher, Cida Borghetti (PP), é vice-governadora e busca governar o Estado no futuro.
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