Num movimento para demarcar espaço na oposição ao governo de Jair Bolsonaro, Ciro Gomes retomou os ataques ao PT, que terá a maior bancada na Câmara a partir do ano que vem.
Sem citar o partido de Fernando Haddad, candidato derrotado no segundo turno, Ciro deu ontem os primeiros sinais de que não pretende deixar com que os petistas tenham protagonismo na oposição ao governo que assumirá o país em 1º de janeiro.
pós ter dito durante a votação do segundo turno que não faria campanha ao lado do PT “nunca mais”, Ciro enrijeceu o discurso:
“Essa oposição que nasce não se confunde com forças que só defendem a democracia ao sabor de seus interesses mesquinhos ou crescentemente inescrupulosos ou mesmo despudoradamente criminosos”, disse o ex-presidenciável numa rede social.
Ao destacar que pretende ocupar papel de oposição a Bolsonaro, principalmente se o presidente descumprir o respeito prometido às normas constitucionais, Ciro aproveitou para reforçar o tom crítico com que vinha se referindo ao PT desde que voltou ao Brasil na semana passada. O partido, mesmo assim, esperava dele um apoio à candidatura de Fernando Haddad, o que não aconteceu e levou petistas a criticarem Ciro.
Também pela internet, depois de parabenizar e desejar sorte a Bolsonaro, o político deu o tom que pretende adotar daqui para frente em relação ao novo governo:
— Que não pense o senhor presidente eleito, nem de longe, em violar o respeito que deve ao conjunto da nação, independentemente de configurarem minorias ou grupos sociais críticos às suas posturas. Só assim merecerá o respeito à autoridade que adquiriu nas eleições.
A relação do PT com Ciro deve ser marcada por rusgas nos próximos anos. Ontem, integrantes da direção do PT já acusavam o então candidato derrotado no primeiro turno pelo PDT de ter contribuído para a vitória de Bolsonaro ao colocar conveniências pessoais na frente dos interesses do país.
Com O Globo
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