Para o Tá na Área, o jornalista Ivandro Oliveira comenta a vitória de Jair Bolsonaro (PSL), eleito 38º presidente do Brasil, e analisa os fatores que levaram o capitão da reserva ao posto mais alto da nação, após uma campanha disputadíssima com Fernando Haddad (PT).
Confira:
Vitória da mudança e derrota do petismo
Por Ivandro Oliveira
A chamada ‘nova república’ escreveu, ontem, mais um importante capítulo de sua trajetória de quase quatro décadas, após a vitória consagradora de Jair Messias Bolsonaro (PSL). Com votação expressiva e uma margem de quase 11 milhões de votos sobre o segundo colocado, o petista Fernando Haddad, Bolsonaro tornou-se o 38º presidente de nossa caminhada e o 8º desde a redemocratização.
Uma vitória maiúscula e que jogou por terra previsões de analistas, institutos de pesquisas e impôs uma quebra de paradigmas pela forma e contexto com que foi consumada ao longo de todo o processo. Não foram só Haddad, Lula e o PT que foram derrotados pelo capitão da reserva, mas o sistema político até então vigente no país e o próprio establishment.
Diante da vontade soberana das urnas, o país viu surgir um novo líder, impulsionado pelo poder mobilizador das novas tecnologias, capitalizado pelo eloquente sentimento de mudança e protagonista de uma nova era na forma e no jeito se fazer campanha política no Brasil.
O resultado soberano das urnas é o retrato fiel de uma sociedade robustecida pelo sentimento antipetista e tomada pelo mais sublime desejo de mudança. E Bolsonaro foi o genuíno interprete desse sentimento que foi abraçado pela população depois de quase 15 anos de governos do PT e que levou o país a pior crise econômica, política e moral de sua história.
À Bolsonaro foi outorgado a missão de dar um basta a hegemonia do partido que aparelhou os órgãos públicos, institucionalizou a corrupção e tentou consolidar um projeto de poder em detrimento de tudo e de todos. Impossível ignorar a ascensão de quem correu o Brasil, de norte a sul, leste a oeste, tendo sido tratado como a esperança em meio as trevas. Coincidência ou não, a facada que quase lhe tirou a vida Juiz de Fora, Minas Gerais, terminou servindo como farol para sua caminhada da vitória.
Na declaração de voto que fiz no sábado, véspera do pleito, disse que o PT vem acumulando erros sucessivos e que a falta de autonomia da Haddad era um obstáculo intransponível para uma eventual superação. Ontem, após a derrota nas urnas, Haddad confirmou tudo aquilo que dissera ao não cumprimentar o eleito, apesar de tê-lo feito por meio de anêmica declaração no twitter, uma clara e inequívoca demonstração de quem ainda não desceu do palanque, um mau exemplo que só corrobora com a trajetória de quem não consegue fazer uma autocrítica e, pior, uma triste e lamentável aceno na direção de uma oposição irresponsável, raivosa e sem qualquer compromisso com o país. Uma lástima!
Jair Bolsonaro chega à Presidência, após uma campanha intensa, com golpes baixos e outros baixíssimos, e com inúmeros desafios pela frente. Pacificar o país, promover ajustes e reformas necessárias e retomar o crescimento são alguns deles, mesmo diante das dificuldades inerentes ao contexto nacional. Para tanto, o apoio popular, conferido nas urnas, e a compreensão do Congresso serão essenciais para as primeiras medidas.
O nosso desejo é de boa sorte, porque certamente precisará a partir de agora.
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