Os portões fechados evitaram as vaias no Maracanã, mas o Flamengo sabe que serão dias de críticas. A atuação fria no empate por 1 a 1 contra o Santa Fe trouxe à tona novamente o fantasma da primeira fase da Libertadores e deixou o clube carioca em situação, no mínimo, incômoda, apesar de ainda liderar o Grupo 4. Das três partidas restantes, duas serão fora de casa.
Foi um reencontro melancólico, sem torcida, com o Maracanã. E no primeiro grande teste após mudanças no departamento de futebol, o Flamengo foi reprovado. Passaram-se três semanas desde que o diretor Rodrigo Caetano, Carpegiani, entre outros, foram demitidos. O clube apostou em soluções caseiras, mas em campo nada mudou.
Na madrugada desta quinta-feira, os muros da Gávea foram pichados. Além de cobrar raça, os vândalos pediram as saídas do presidente Eduardo Bandeira de Mello e dos meias Diego e William Arão.
Três semanas após mudanças
O dia seguinte da eliminação do Campeonato Carioca sugeriu mudanças radicais no clube. Seis profissionais do departamento foram demitidos, entre eles Rodrigo Caetano, que comandava o futebol do Flamengo há mais de três anos. Diretor de sucesso na base, Carlos Noval assumiu. Avesso aos holofotes, o dirigente falou em público apenas em sua apresentação e adota um tom discreto.
O diretor chegou a dar um prazo de dias para anunciar um novo treinador. No entanto, o interino Maurício Barbieri segue no comando da equipe. Internamente, as principais decisões do departamento de futebol seguem centralizadas no presidente Bandeira de Mello e no CEO Fred Luz.
Nas palavras do presidente, no Ninho do Urubu, na semana passada, o Flamengo está “levando” a situação. Após ouvir a negativa de Renato Gaúcho – o plano A – o clube se viu com poucas opções no mercado e decidiu dar uma oportunidade para o auxiliar Barbieri. O time venceu o amistoso contra o Atlético-GO, mas apenas empatou com Vitória (com um a menos desde os primeiros dez minutos) e Santa Fe. O tropeço em casa, nesta quarta, já foi o suficiente para acender novo sinal de alerta. O planejamento segue falho.
Em ano eleitoral, Eduardo Bandeira aparenta estar desgastado com o tom das críticas, especialmente pela falta de resultados expressivos no futebol de alto investimento. Ironicamente, escapou das perguntas dos jornalistas após o empate no Maracanã.
Fla precisa se reinventar
Nos últimos dias, o Flamengo ainda teve uma perda importante. Everton foi seduzido pelo São Paulo, que pagou a multa rescisória e levou o titular rubro-negro. O clube carioca ficou de mãos atadas e, por ora, não tem um substituto à vista.
No horizonte, apenas incertezas. Em situação incômoda na Libertadores, o Flamengo pode perder outras peças ofensivas nos próximos meses. Felipe Vizeu está vendido e segue para a Udinese em julho. A tendência é que Vinicius Junior siga para o Real Madrid no mesmo mês. E as negociações com Guerrero estão travadas. O contrato do peruano acaba em 10 de agosto.
Hoje o Flamengo está repleto de problemas e incertezas, mas carece de soluções. O Rubro-Negro terá que se reinventar para almejar algo maior na temporada.
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