Por muito tempo pareceu um sonho distante. Nesta terça-feira, o Brasil mostrou que está muito perto de um inédito pódio por equipes. Flávia Saraiva, Jade Barbosa, Lorrane Oliveira, Rebeca Andrade e Thaís Fidelis flertaram com a medalha na final do Mundial de Doha. Chegaram à última rotação na terceira posição, mas acabaram sendo ultrapassadas depois de falharem muito nas barras assimétricas. A equipe brasileira fechou a decisão na sétima posição, com 159,830 pontos.
– Não estou satisfeita realmente. Poderíamos ter uma melhor competição. A gente trabalhou muito duro, e algumas coisas não aconteceram. A gente tem pontos a melhorar, competir como treina. Tem que colocar na cabeça que vai fazer o que treinou apenas. Mas hoje, estando em uma final por equipes e vendo o quanto a gente pode crescer, tenho certeza que esse pódio vai acontecer – disse Jade.
Notas do Brasil na final por equipes femininas
Ginasta/aparelho | salto | barras | trave | solo |
Brasil | 43,666 (3) | 37,665 (8) | 38,366 (7) | 40,133 (2) |
Rebeca | 14,633 | 12,966 | 13,300 | – |
Jade | 14,600 | 12,233 | 11,466 | 13,100 |
Thaís | – | – | – | 13,233 |
Flavinha | 14,433 | 12,466 | 13,600 | 13,800 |
Lorrane | – | – | – | – |
O ouro foi para os Estados Unidos. As americanas tiveram Simone Biles em um dia atípico, e nem foi por causa das dores de ter um pedra no rim. Teve de segurar na trave para não cair, pisou fora do tablado no solo. Ainda assim foi a líder da equipe, que estendeu o domínio na prova, com 171,629 pontos em Doha. A última derrota dos Estados Unidos foi no Mundial de 2010, para a Rússia. Apesar das falhas, Simone Biles estendeu sua coleção de medalhas de ouro em Mundiais. A maior campeã mundial da história agora tem 11 títulos.
– Estou me sentindo bem. Estou com um pouquinho de dor, mas nada que me impeça de competir. Estou administrando a dor. Essa é a coisa mais importante. A saúde vem em primeiro lugar. Essa vitória é muito importante para mim, porque trabalhamos muito duro. É muito empolgante ir lá com as meninas e conseguir o ouro – disse Simone.
Lideradas por Aliya Mustafina, a equipe russa não ameaçou os Estados Unidos, mas também não teve a posição no pódio em risco, acabando com a prata com 162,863 pontos. A China que cometeu muitos erros e por pouco não deixou escapar o bronze, que veio com 162,396 pontos. As três equipes medalhistas garantiram a vaga na Olimpíada de 2020. Outros nove postos olímpicos vão estar em disputa no Mundial de 2019, em Stuttgart.
Primeira rotação – trave
O Brasil começou a disputa na trave, justamente o aparelho em que o país teve problemas na classificatória. Jade começou firme, acertou a acrobacia que a derrubou no domingo, mas sofreu uma queda em um salto ginástico e tirou 11,466. Rebeca, que também havia caído na classificatória, desta vez praticamente cravou tudo e ficou com 13,300. Flavinha foi firme, não teve os desequilíbrios do primeiro dia, só perdeu uma ligação de movimentos e conseguiu 13,600. Com 38,065 pontos, o Brasil ainda conseguiu crescer alguns centésimos na trave em relação à classificatória, mas abriu a final na sétima posição. Guiados por um salto Cheng de Simone Biles, os Estados Unidos voaram para a liderança no salto, já abrindo frente para China e Rússia.
G1
Discussion about this post