Um dos destaques do Flamengo líder do Campeonato Brasileiro e semifinalista da Libertadores, Bruno Henrique vive a melhor fase de sua carreira aos 28 anos. Herói da vitória por 1 a 0 sobre a Chapecoense no último domingo, ele já fez 21 gols e deu 13 assistências em 46 jogos na temporada, além de ter sido convocado pela primeira vez para a Seleção. O atacante, que já passou por Cruzeiro, Uberlândia, Itumbiara, Goiás e Wolfsburg, da Alemanha, hoje se vê no auge no Rubro-Negro.
Sucesso que ele atribui à própria fé. Evangélico, Bruno foi convidado a palestrar para cerca de 400 pessoas na noite de segunda-feira, no “Craques da Paz”, evento beneficente na Igreja do Recreio, no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Em bate-papo com o pastor e ex-jogador Ricardo Pinudo, o atacante lembrou dificuldades da carreira, disse já ter sido alvo de “macumbaria” – oferenda para orixás –, revelou lição de vida, exaltou o clube e mirou os títulos em disputa:
– Sei da importância que é estar no caminho de Deus., minha família é toda da igreja. Vou contar um testemunho do que aconteceu comigo em 2017 no Santos. Estava no auge, cotado para Seleção, para times grandes da Europa… E no primeiro jogo do Paulista me machuquei. Tive uma lesão na vista que me deixou afastado por sete meses. Fiquei pensando: por que tinha acontecido isso comigo? A gente não deve justificar com Deus quando as coisas acontecem. Hoje entendi o por que.
Bruno conta que por muito pouco não abandonou o sonho de se tornar jogador profissional em 2014. Porém, um chamado terrestre de seu antigo treinador no Uberlândia, e um chamado divino da falecida avó, Dona Léa, o recolocou no trilho para buscar o sucesso atual:
– Eu estava em casa, já meio que desacreditado, e ele me ligou: “Bruno, não quer vir aqui para poder me ajudar? Pensa com carinho, um cara que eu quero ter no grupo é você”. Desliguei o telefone, passaram os dias, e ele manda mensagem: “E aí, Bruno, amanhã é a apresentação. Quer vir?” Falei que não ia. Eu estava na rua com meus amigos, esperando outro para jogar pelada na quadra, e me peguei pensando na frase que minha avó uma vez disse: “Um dia vocês vão ver meu neto brilhar para o mundo inteiro”.
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