Indicado ao prêmio Fifa The Best de melhor goleiro do mundo, Ederson conversou nesta quarta-feira com os jornalistas em mais uma coletiva da seleção brasileira, em Miami. O lado curioso é que o jogador do Manchester City concorre ao prêmio com Ter Stegen, do Barcelona, e seu compatriota Alisson, do Liverpool. Para ele, Alisson “está um passo à frente”.
Em papo descontraído, o goleiro de 26 anos, nascido em Osasco e que jogava de lateral-esquerdo até os 11 num time da comunidade em que nasceu, lembrou do ídolo Rogério Ceni e de outra referência que tem no futebol, o técnico no Manchester City, Pep Guardiola.
Conhecido também por boa saída de bola – sempre incentivada pelo treinador espanhol -, Ederson foi questionado se se arriscaria a bater faltas e pênaltis como o ídolo Rogério. Nos treinos em Miami, impressionou com chute certeiro de 70 jardas no campo de futebol americano. O goleiro lembrou do dia em que irritou o consagrado técnico.
– Quando comecei a jogar eu gostava de bater falta, pênalti, mas hoje em dia já não tenho tanta ambição para isso. Uma vez, a gente estava goleando por 5 a 1, acho, e a torcida pediu para eu bater pênalti. Na zona mista me perguntaram e eu disse que queria bater. O Guardiola ficou p… – divertiu-se o goleiro brasileiro.
Com personalidade, o goleiro do City se posicionou sobre a campanha contra a homofobia no futebol brasileiro. Lembrou que nunca ouviu gritos de “bicha” tão comum em estádios sul-americanos e que gerou punições recentes.
– Acho que é bom existir isso. Uma coisa é xingar de filho de não sei o quê, mandar para aquele lugar. Agora, falar que é viado, bicha não tem porquê. Homofobia não tem cabimento – disse.
Lateral do Champions de Osasco
Ederson falou sobre a disputa com o ex-arqueiro colorado, que não foi convocado por estar machucado. Brincou que se pudesse votar, claro, votaria nele próprio. E mostrou muito respeito pelo companheiro de seleção, campeão da Copa América como titular.
– Acho que os três (contando Ter Stegen) foram os melhores, mas eu vejo o Alisson um passo à frente, fez um grande campeonato, ganhou a Champions e fez uma grande Copa América também. Quem vencer vai ser merecidamente, e eu fico feliz por dois goleiros brasileiros estarem disputando esse prêmio – disse Ederson, que espera um amistoso complicado contra a Colômbia, no próximo sábado.
Com apenas cinco jogos pela Seleção, Ederson quer aproveitar a brecha que Alisson deu pela lesão. A comissão técnica tem a intenção de fazer jogadores com menos experiência atuarem por mais tempo nos próximos amistosos, antes das eliminatórias.
– Vai ser um jogo muito complicado. Espero que a nossa Seleção faça uma boa partida e os jogadores que tiverem a oportunidade de começar façam um bom jogo.
Em retrospectiva a carreira, Ederson lembrou do início em Osasco. Jogou numa equipe da comunidade em que nasceu chamada Champions Ebénezer FC. Lá, era lateral-esquerdo até os 11 anos – “para subir era tranquilo, mas para voltar tinha que ir de táxi” -, mas depois foi para o gol e não saiu mais. O jogo com os pés vêm também do futebol de salão, que praticou na sua cidade.
– Nesses momentos passa um filme na cabeça, de todas dificuldades que vivi até aqui. Para treinar pegava duas conduções, não almoçava e ia direto pra escola. Chegava par jantar e dormir. Meu pai se sacrificava e, mesmo com o joelho rompido, trabalhava para sustentar a família. Mesmo com o joelho rompido, trabalhava no Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais) para não deixar faltar nada para os filhos – contou.
homofobia
nunca passei por isso pq nao joguei no brasil. eu acho que [é bom (ter essa exigência). pq iuma coisa é xingar de filho de nao sei o que, mandar para aquele lugar… agora, falar que é viado, bicha não tem porque. homofobia não tem cabimento
ser referência
vou trabalhar para isso. muitos garotos tem o sonho que vc teve. que iniciam de baixo, com dificuldades para crescer. eu acho bom os jogadores contarem as historias de superação. pq a garotada hoje desiste facilmente e a gente contando nossa historia consegue incentivar mais crianlas com minha história de vida. com 15 anos eu fui dispensado do spfc e eu nunca guardei magoa do spfc. apenas pela forma como fui dispensado. não guardo magoa nehuma do clube.
goleiros saindo para o exterior
foi bom sair cedo para meu desenvolvimento. tive que ver o mundo de outra mandeira, sem meus pais e minha família. goleiros jogando na europa ou no brasil nao deve interferir na seleção. em 2002 o marcos jogava no brasil. é irrelevante. o importante é ter os melhores.
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