No início da noite deste sábado (manhã no Brasil), em PyeongChang, na Coreia do Sul, o Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou que está encerrada imediatamente a suspensão do Comitê Olímpico do Brasil (COB) que vigorava desde o dia 6 de outubro de 2017. A decisão foi informada pelo porta-voz da entidade, Mark Adams, após o primeiro dia do Executive Board e quatro dias antes do início da Olimpíada de Inverno. Dessa forma, o COB voltará a receber subsídios do COI. O presidente Paulo Wanderley Teixeira, que está a caminho da Coreia, comemorou a decisão.
Estamos muito felizes com a decisão do COI. É um reconhecimento ao trabalho e ao esforço que o Comitê Olímpico do Brasil vem fazendo ao longo dos últimos três meses, pautados na austeridade, meritocracia e transparência e em conformidade com a Agenda 2020 do COI. Estamos certos de que com seu novo estatuto, o COB é hoje um exemplo de boa governança para entidades esportivas do mundo todo. Vamos continuar trabalhando firmemente para ratificar esse compromisso com uma gestão moderna do esporte – disse Paulo Wanderley, de Nova York, onde faz escala a caminho da Olimpíada de Inverno de PyeongChang.
Uma auditoria independente contratada pelo COI constatou que o COB não está envolvido no imbróglio da candidatura e suposta compra de votos do Rio de Janeiro para os Jogos Olímpicos de 2016. Além disso, não foi encontrado nada de errado nas contas da organização brasileira. Segundo Mark Adams, o COI acompanhou de perto o caso do Brasil e ficou satisfeito com as mudanças dentro do COB desde que Paulo Wanderley assumiu o comando depois da prisão de Carlos Arthur Nuzman, e as questões de governança interna foram resolvidas. Para eles, hoje, o COB está em conformidade com as obrigações exigidas aos comitês internacionais.
Nesses quatro meses que está no comando do COB, o novo presidente promoveu mudanças no estatuto da entidade, o que possibilitou a maior participação de atletas nas decisões e eleições do COB, está implementando o sistema de gestão, com a criação do Conselho de Administração e do Conselho de Ética. Nos últimos meses, o COB vem cortando gastos. Demitiu funcionários com altos salários e já anunciou a mudança de sede para o Parque Olímpico, prevista para o segundo semestre desse ano, já que o prédio atual é alugado.
A suspensão vigorava desde outubro do ano passado, quando Nuzman renunciou à presidência do COB enquanto esteve preso, suspeito de participar de um esquema de compra de votos para o Rio conquistar o direito de sediar os Jogos Olímpicos. Então vice, Paulo Wanderley Teixeira assumiu a presidência. Ainda no fim daquele mês, o COI amenizou a suspensão, autorizando representantes da entidade brasileira a participar de encontros de membros de associações de Comitês Olímpicos Nacionais. Mas manteve os pagamentos congelados, que na ocasião somavam R$ 7 milhões.
Segundo o próprio COB, a expectativa é que a entidade receba US$ 2.173.500,00 (cerca de 7 milhões de reais) referentes ao saldo restante de 2017 e mais US$ 3.015.000,00 (cerca de 10 milhões de reias) no final de 2018, de acordo com o que prevê o contrato com o COI. Durante a suspensão, o COI manteve apenas os recursos para o apoio direto aos atletas, através do Programa Solidariedade Olímpica Internacional.
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