A resposta do “caso Gallardo” será antes do esperado. A Conmebol comunicou a direção do Grêmio na noite desta quinta-feira de que o julgamento foi antecipado para às 11h desta sexta-feira (12h do Brasil). O Tricolor gaúcho pede a perda de pontos do River Plate por conta de irregularidades do técnico na derrota por 2 a 1 na Arena – resultado que desclassificou o clube nas semifinais da Libertadores.
O clube gaúcho tinha passagens compradas para voo que partiria às 7h30 da manhã desta sexta, com destino a Assunção, no Paraguai. Mas, por conta da conexão em Guarulhos, a previsão de chegada seria para o início da tarde.
De forma urgente, o Grêmio conseguiu fretar voo, marcado para às 7h desta sexta, para levar os representantes a tempo, com viagem direta. Estarão na aeronave o diretor jurídico Nestor Hein, junto com os advogados Leonardo Lamachia, Henrique Pinto, Jorge Petersen e o CEO Carlos Amodeo.
– Lamentamos que fomos comunicados tão tardiamente, quase comprometendo nossa situação – disse o presidente Romildo Bolzan, para a Rádio Gaúcha, para completar. – Espero que a decisão possa sair amanhã mesmo.
Somado a isso, outro fato chamou atenção e preocupa o Grêmio: o clube recebeu a informação extraoficial de que advogados do River Plate chegaram nesta quinta-feira ao Paraguai. Em Buenos Aires, Gallardo havia marcado uma coletiva de imprensa para se manifestar sobre o caso. Coincidentemente, para o mesmo horário do julgamento na Conmebol.
Reclamações do Grêmio
Romildo Bolzan, presidente do Grêmio — Foto: Lucas Uebel / Grêmio, DVG
Romildo Bolzan concedeu entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira, no auditório da Arena, para explicar a reclamação do clube na Conmebol. O Grêmio entrou com uma ação pedindo os pontos da derrota por 2 a 1 para o River Plate, na noite de terça-feira, que decretou a eliminação do time na Libertadores. O motivo é a participação na partida do técnico Marcelo Gallardo, que estava suspenso.
O dirigente ressaltou que o clube não contesta o resultado de campo nem a utilização do árbitro de vídeo (VAR), apesar da arbitragem não ter visto o toque na mão de Borré no primeiro gol do River. Segundo Romildo, o time argentino burlou as regras da competição por conta da participação de Marcelo Gallardo na partida e disse que a “honra” da Libertadores está em jogo.
– O que está em jogo aqui são valores muito mais profundos que o resultado de campo. O que está em jogo é a integridade do futebol, a moralidade do futebol. É não ser esperto, não ser malandro, não meter um boné na cabeça para não ser reconhecido e transgredir. O que está em jogo é a honra do campeonato, da própria Conmebol – afirmou.
Em seu recurso na Conmebol, o Grêmio anexou imagens das câmeras de monitoramente da Arena como prova. O clube gaúcho ainda acusa o River Plate de não só saber de tudo previamente, mas também de ter planejado a ação de Gallardo, ao disponibilizar rádio comunicadores a ele e um de seus auxiliares. Romildo lembrou que os quatro semifinalistas da Libertadores assinaram um documento conjunto se comprometendo a respeitar o fair play nas semifinais.
– O que aconteceu aqui foi a infringência do regulamento do Código Disciplinar da Conmebol. O técnico do River estava suspenso e participou da partida, com a conivência, concordância, planejamento, com tudo patrocinado pelo River Plate. O River tinha time para ganhar de nós. Não precisava se utilizar de todo esse aparato, toda essa esperteza, malandragem, contexto completamente defesado de conduta, para estabelecer a sua disputar conosco – completou.
O técnico do River estava impedido de ir ao vestiário e se comunicar com o elenco do time argentino no estádio durante a semifinal da Libertadores. Mas, por um rádio, esteve em contato com o seu auxiliar e falou com o grupo durante o intervalo, quando o Grêmio vencia por 1 a 0. O SporTV mostrou as imagens do treinador antes da conversa com os seus jogadores. Após o jogo, o próprio Gallardo admitiu que havia descumprido a punição.
O comandante do River Plate foi punido pela Conmebol na segunda-feira, véspera do confronto com o Grêmio, por ter retardado o retorno da equipe argentina no intervalo do jogo de ida, no Monumental de Núñez – ele já havia sido advertido pelo mesmo motivo depois do jogo com o Racing, também pela Libertadores.
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