A crise financeira volta a assombrar o Santos. O clube, vice-campeão brasileiro no ano passado, iniciou a temporada de forma turbulenta fora de campo, com reclamações de atletas e o risco de perder jogadores importantes, como Soteldo e Carlos Sánchez.
O começo de 2020 é sequência de um confuso fim de 2019.
Na penúltima rodada do Brasileiro, jogadores tornaram públicas cobranças por pagamentos atrasados. Após o campeonato, Santos e Jorge Sampaoli se separaram de forma litigiosa.
Mesmo após ouvir que o clube teria pouco dinheiro para investir na temporada seguinte, o treinador argentino cobrou R$ 100 milhões em contratações para continuar na Vila Belmiro. Ouviu que não seria possível, despediu-se do time, mas foi à Justiça do Trabalho sob alegação de que o Santos lhe deve o FGTS (Fundo de Garantia sobre Tempo de Serviço).
Na janela de transferências, o Santos foi discreto: contratou Raniel, em troca com o São Paulo, que ficou com os direitos de Vitor Bueno, e o lateral Madson, em troca com o Grêmio por Victor Ferraz.
Por outro lado, perdeu Gustavo Henrique, que recusou renovação e se transferiu para o Flamengo. Jorge, outro titular de Sampaoli, voltou ao Monaco após empréstimo.
O sonho de reforçar o caixa na pré-temporada também foi frustrado. Lucas Veríssimo, o principal candidato a ser vendido, recebeu apenas sondagens por enquanto – e as principais janelas de transferência da Europa já se fecharam.
O Santos, agora, tem que se defender do assédio de rivais locais.
O Grêmio foi o primeiro a tentar tirar um dos pilares do Santos: os gaúchos sondaram o meia Carlos Sánchez, que tinha dinheiro a receber dos santistas. Por enquanto, ele continua na Vila Belmiro.
Agora é Soteldo quem aparece na lista de desejos de um adversário – no caso, o Atlético-MG, que ofereceu o equivalente a R$ 51 milhões pelo atacante venezuelano.
O Santos resiste, mas sofre pressão do Huachipato, clube chileno que detém 50% dos direitos de Soteldo.
O Huachipato afirma haver uma cláusula que obriga o Santos a vender Soteldo caso receba uma proposta de US$ 12 milhões (R$ 50,8 milhões), como a do Atlético-MG. Caso contrário, os brasileiros são obrigados a pagar US$ 6 milhões (R$ 25,4 milhões) aos chilenos pela metade dos direitos nas mãos do Huachipato.
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