O presidente do Atlético Goianiense, Adson Batista, admite que demitir um técnico depois de apenas sete jogos indica erro de quem contratou. “Dou a mão à palmatória. Eu errei”, diz o dirigente goiano. Também explica que precisa montar um time reativo, que defenda de maneira agressiva, porque será assim sua necessidade no Campeonato Brasileiro. “Não posso errar”, afirma.
A contradição está posta, porque o erro já foi admitido. Cristóvão Borges assumiu o Atlético Goianiense, foi acompanhado do assistente português, José Quadros, fez sete partidas no comando, ganhou cinco, empatou uma e perdeu só uma, com time misto contra o Jaraguá. Tinha um time montado para atacar.
Não é proibido trocar de técnico. Há até casos relâmpagos na Europa, como Juan Antonio Camacho, dispensado após três jogos e 117 dias, no Real Madrid, em 2004, dezesseis anos atrás. Se fosse a exceção, como na Espanha, o caso brasileiro não incomodaria.
Quando se troca de técnico após sete partidas, troca-se o trabalho e, portanto, perde-se tempo. Quando se troca o técnico de 17 de 20 equipes de um campeonato, como na Brasileirão do ano passado, o risco é de não ter nenhum trabalho. Cristóvão Borges ficou em Goiânia por 31 dias e permanece na capital do estado de Goiás para assinar a rescisão do contrato de aluguel do apartamento que nem chegou a morar de verdade.
Enquanto isso, Jesualdo Ferreira parece ameaçado no Santos. O comitê gestor, composto por oito conselheiros e mais o presidente José Carlos Peres, está dividido sobre sua permanência. São sete jogos no comando.
As demissões são sempre justificadas pela nossa cultura. Na verdade, é por nosso analfabetismo.
Discussion about this post