José Maria Marin passou sua primeira noite no sistema carcerário americano no Metropolitan Detention Center, a 16 quilômetros do luxuoso apartamento na Trump Tower onde viveu os dois últimos anos cumprindo prisão domiciliar.
Condenado nesta sexta-feira pelo júri popular no Tribunal Federal do Brooklyn por seis dos sete crimes de corrupção de que foi acusado no Caso Fifa, o ex-presidente da CBF foi conduzido diretamente ao MDC (Metropolitan Detention Center), também no Brooklyn. Marin ficará por lá provisoriamente, até que a sentença seja anunciada.
É uma grande mudança de ares para o ex-dirigente. Em seu apartamento na Trump Tower, comprado em 1989 por US$ 900 mil (hoje avaliado em cerca de US$ 3 milhões), Marin podia sair de casa quatro vezes por semana, frequentava ótimos restaurantes na região e ia à Igreja.
Agora, ele se encontra em um presídio com outros 1.765 presos, em uma rígida rotina imposta pelos agentes penitenciários e com violenta reputação.
Uma reportagem do New York Times de agosto desse ano reforça a má fama do presídio. De acordo com a publicação, o MDC possui um baixo número de mulheres detentas, mas registra índices alarmantes de violência sexual contra elas.
Paralelo ao histórico de violência, o novo endereço de José Maria Marin exige disciplina na rotina. O ex-presidente da CBF, de 85 anos, terá que se acostumar a ser acordado todos os dias às 6h e arrumar a própria cama de acordo com orientações específicas dos detentos.
É também de responsabilidade do preso varrer o chão de sua cela, recolher o lixo e garantir um espaço limpo. São servidas três refeições por dia. Café da manhã às 6h, almoço às 11h e jantar a partir de 16h.
A sentença de José Maria Marin ainda não tem data para ser anunciada pela juíza Pamela K. Chen. O brasileiro foi condenado por seis crimes que envolvem fraude, lavagem de dinheiro e conspiração. A pena pode chegar a até 120 anos.
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