Considerado o principal nome do Palmeiras na campanha do título brasileiro, o atacante Dudu, 26, pode fazer sua última partida com a camisa do clube no próximo domingo (2), contra o Vitória, no Allianz Parque.
Em conversa com a reportagem nesta quinta (30), o jogador não descartou deixar o time na próxima temporada. ” A gente sabe que o futebol é dinâmico, se aparecer outra oportunidade e ela for boa para mim e para o clube, vamos sentar e conversar”, disse.
O atleta se referiu às investidas do Shandong Luneng, da China, que em julho ofereceu 15 milhões de euros (R$ 67,3 milhões na cotação da época) pela sua contratação. No entanto, a equipe alviverde segurou-o tendo em vista as chances de títulos nas três competições que disputava -Copa do Brasil, Libertadores e Campeonato Brasileiro.
Na ocasião, Dudu chegou a se queixar em suas redes sociais a negativa em negociá-lo. “Feliz ou não, é a lei da vida. Seguir em frente com a cabeça erguida. Superando tudo o que está por vir”, escreveu em legenda de foto no Instagram. Após má repercussão entre os fãs, o atacante apagou o primeiro trecho da mensagem.
Questionado sobre a existência de um suposto acordo verbal entre ele e o clube para sua liberação no caso da chegada de uma oferta maior ou semelhante à dos chineses após o término do Nacional, o atleta desconversou.
“Essas coisas prefiro tratar internamente. Sempre deixei claro que minha vontade é cumprir meu contrato até o final”, disse.
As partes renovaram o contrato para até o final 2022, em março deste ano, mas a proposta salarial do Shandong Luneng, que teria sido em torno de R$ 2 milhões mensais, mexeu com ele. A situação, contudo, mudou com a chegada do técnico Luiz Felipe Scolari, no final de julho.
“É um cara que eu tenho um carinho especial. Ele também tem por mim. Infelizmente, o Roger [Machado, ex-treinador do time] teve que sair, mas fiquei muito feliz com a chegada dele [Felipão]”, afirmou.
Não por acaso, com o técnico pentacampeão do mundo, o camisa 7 palmeirense voltou a jogar em alto nível.
Dudu teve participação em 31 dos 61 gols do clube no Brasileiro. Foram 7 gols, 12 assistências diretas e outras 12 participações incisivas em lances de gols dos colegas. Números que o credenciam a levar o prêmio de melhor jogador do Nacional.
Se por um lado o atacante tem feito sucesso no país e despertado a atenção de equipes do exterior, por outro, ele tem ficado de fora das convocações do técnico da seleção brasileira, Tite. Apesar de ter feito parte da lista de suplentes para a Copa do Mundo Rússia, ele não é convocado pelo treinador desde os amistosos contra Uruguai e Paraguai em março do ano passado.
“Não sei [o motivo de não ser chamado]. Às vezes dão mais importância para o jogador que está na Europa. Mas tranquilo, tenho em minha cabeça que se estiver fazendo um bom trabalho no Palmeiras, a chance vai aparecer. Ai vou aproveitar da melhor forma.”
No Palmeiras desde janeiro de 2015, o atleta é considerado símbolo da volta à bonança. O “chapéu” do diretor Alexandre Mattos nos rivais São Paulo e Corinthians, que brigavam pelo reforço, mostrou que o time tinha planos ambiciosos para retomar o protagonismo que havia perdido após a década de 1990.
Na prática, a estratégia de mostrar força no mercado deu certo. De lá para cá, o time alviverde conquistou uma Copa do Brasil (2015) e dois Brasileiros (2016 e 2018), com Dudu sendo destaque nos três títulos. Mesmo assim, ele não se considera entre os grandes da história palmeirense.
“Eu deixo essa comparação [ser ídolo ou não] para a torcida. Acho que venho fazendo grandes temporadas. Fico feliz, mas deixo isso para eles.”
Contente com mais um título conquistado, o camisa 7 não deixou de lamentar a queda na Copa do Brasil e, principalmente, na Libertadores. “Acho que perdemos a semifinal para o Boca Juniors em 6 minutos. Naqueles dois gols que tomamos na Argentina. Ainda poderíamos ter revertido aqui, também se não levássemos aquele gol”, lamenta. Com informações da Folhapress.
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