Rogério Caboclo, 45 anos, será escolhido nesta segunda-feira o vigésimo presidente da história da CBF. Seu mandato terá duração de quatro anos, entre abril de 2019 e abril de 2023. O calendário eleitoral da CBF tem esta particularidade: o escolhido sempre assume um ano depois de ter sido eleito.
Atual diretor-executivo da entidade, Caboclo será candidato único na eleição desta terça-feira. Ele derrotou o presidente da Federação Paulista de Futebol, Reinaldo Carneiro Bastos, numa disputa interna pela bênção do atual presidente, Marco Polo Del Nero, que decidiu pela indicação de Caboclo.
Para ser candidato a presidente da CBF é preciso ter o apoio declarado de oito das 27 federações estaduais e de pelo menos cinco dos clubes. Isso não faltou a Caboclo: 25 federações (todas menos SP e RJ) endossaram sua candidatura, assim como 37 dos 40 clubes das Séries A e B (todos menos Atlético-PR, Corinthians e Flamengo).
Esta é a primeira eleição na CBF desde a alteração do estatuto ocorrida em março do ano passado, que concentrou ainda mais poder nas federações estaduais. Além de Caboclo, serão eleitos nesta terça oito vice-presidentes – até esta eleição, eram escolhidos cinco vices.
Os oito são: Fernando Sarney (Maranhão), Gustavo Feijó (Alagoas), Marcus Vicente (Espírito Santo), Antonio Carlos Nunes (Pará), que já eram vice-presidentes, e agora terão a companhia de Francisco Noveletto (Rio Grande do Sul), Ednaldo Rodrigues (Bahia), Castellar Guimarães (Minas Gerais) e Antonio Aquino Lopes (Acre).
Antes da eleição, marcada para as 14h (de Brasília), uma assembleia-geral deve aprovar as contas da CBF em 2017. A tendência é que a entidade apresente faturamento na casa dos R$ 700 milhões (mais do que os clubes mais ricos do país).
Acusados dos mesmos crimes, Del Nero nunca saiu do Brasil, país que não extradita seus cidadãos. No final do ano passado, ele foi suspenso pelo Comitê de Ética da Fifa de todas as atividades relacionadas a futebol. Seu mandato, que dura até abril de 2019, será completado pelo vice mais velho, Antonio Carlos Nunes, o Coronel Nunes.
Rogério Caboclo foi diretor financeiro do São Paulo no início dos anos 2000. Dali seguiu para a Federação Paulista de Futebol, onde fez carreira sempre na área financeira. Foi diretor do Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2014, de onde foi levado por Del Nero para ser diretor-executivo da CBF.
De perfil discreto, Caboclo angariou a simpatia da cartolagem em três episódios: liderou o lobby para impedir que as punições previstas no Profut fossem aplicadas já em 2018, o que impediria vários times de disputarem campeonatos estaduais; o novo contrato da Copa do Brasil que resultou em premiação recorde para os times a partir de 2018; o convite para 37 cartolas assistirem pessoalmente à Copa da Rússia, com despesas bancadas pela CBF.
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