Carências identificadas, muitas cartas na mesa e paciência no mercado. As primeiras investidas frustradas ligaram o sinal de alerta, e o Flamengo tenta manter a serenidade para suprir as expectativas da torcida pelos primeiros reforços da gestão Rodolfo Landim.
Em silêncio quanto a nomes, a diretoria estabelece prioridades: um zagueiro, um meio-campista no estilo de Lucas Paquetá e um atacante. Em contato com empresários e filtrando as ofertas, esta foi a sinalização para o mercado. Com a ressalva: interessa apenas grandes nomes. Daqueles que cheguem para serem titulares – ou pelo menos com este status.
Foi com este pensamento e não à toa que o Flamengo pediu a representantes para sondar a situação de Luan, no Grêmio. O jogador esteve envolvido em negociações para o exterior em outras janelas, mas, hoje menos valorizado, tem futuro em aberto no Tricolor gaúcho.
Gabriel é a primeira opção do Flamengo para o ataque. Clube aguarda sinalização da Inter — Foto: Ivan Storti/Santos FC
Com a definição da permanência de Carlos Noval como diretor executivo, muitos dos nomes que já vinham sendo mapeados pela gestão atual seguem em pauta. O dirigente deixou boa impressão pelo conhecimento de mercado em primeiros encontros com Abel Braga e tem se reunido também com Marcos Braz.
Atual CEO, Bruno Spindel é outro nome que será mantido no clube em função ainda não revelada. Desde meados de 2018, ele passou a ser mais efetivo nas ações rubro-negras no mercado e tocou tratativas como por Rodriguinho e Pablo mais recentemente. É outra figura importante neste organograma.
O trio será linha de frente no futebol rubro-negro, que contará ainda com comitê gestor formado por cinco pessoas, e tem estreitado a relação para ganhar tempo. Foram por esses compromissos pelo processo de transição que o novo vice de futebol abriu mão da viagem para o sorteio da Libertadores, no Paraguai.
Carlos Noval será mantido como diretor executivo do Flamengo na nova gestão — Foto: Gilvan de Souza / Flamengo
A diretoria tem consciência da expectativa por nomes de impacto e trabalha para evitar novas decepções, como as já causadas em conversas frustradas por Renato Gaúcho, Felipe Melo e Pablo. Entre as posições já estabelecidas como prioridade, uma tem o alvo muito bem definido: Gabigol.
O Flamengo segue em contato permanente com o estafe do artilheiro do Brasileirão e aguarda uma definição da Inter de Milão sobre o futuro para tomar uma postura mais agressiva, seja para comprá-lo ou buscar um empréstimo – o que é menos provável.
Para a defesa, Rodrigo Caio tinha sido monitorado pelo próprio Noval, que buscou informações com Dorival Júnior. O zagueiro está no radar, mas a prioridade do jovem é seguir para o futebol europeu. O perfil, porém, é este: zagueiro mais jovem e mais rápido que Réver, antigo titular.
O Rubro-Negro tem as antenas ligadas também para as laterais. O lado direito é visto com maior urgência, uma vez que Pará e Rodinei sofrem com restrições, mas o clube também observa opções para esquerda. Por mais que Renê tenha sido eleito o melhor do Brasileirão, Dodô, que defende o Santos e pertence à Sampdoria, tem a situação acompanhada de perto.
O flerte com Gabigol veio ainda nos últimos passos da gestão de Bandeira, antes da eleição, com o vice de futebol Ricardo Lomba. A atual diretoria nomeou um representante para conversar na Itália com a Sampdoria por Dodô e com a Inter por Gabriel Barbosa. Os dirigentes do primeiro time explicaram que existia a prioridade na compra por 1,5 milhão de euros para o Peixe até o fim de 2018. Caso o Santos não exerça a compra, a Sampdoria pediria 2,5 milhões de euros para outro clube interessado, como o Flamengo.
Flamengo também observa situação de Dodô, que está de saída do Santos — Foto: Marcos Ribolli
Em reunião com Piero Ausilio, da Inter de Milão, as conversas inicialmente não avançaram. O clube italiano colocou preços inviáveis para o mercado brasileiro. Queria o atacante Lincoln e mais 10 milhões de euros. Sem Lincoln, a pedida era de 25 milhões de euros. Um novo empréstimo, segundo o interlocutor rubro-negro, era a última opção do time de Milão, que ainda sonha em reaver o investimento feito por Gabigol.
Publicamente, o Flamengo segue em silêncio. A nova diretoria toma posse nesta quarta-feira, em evento na Gávea, às 19h (de Brasília), mas só terá poder administrativo a partir de 1º de janeiro. Até lá, o trabalho de transição e movimentação no mercado segue intenso. Já são 11 dias desde a eleição, e o torcedor está roxo de ansiedade por novas caras.
Globoesporte
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