
Jorge Sampaoli é um camaleão. Muda de cor, de hábito, de roupa, de jeito de jogar. Pode divulgar a escalação um minuto antes do jogo, ou uma semana antes. E, mesmo assim, é difícil ter certeza de como sua equipe vai se posicionar. Sampaoli é um dos mais extraordinários técnicos do planeta.
E por que, então, não deu certo na seleção da Argentina, na Copa do Mundo, se foi campeão da Copa América, se quase eliminou o Brasil no Mineirão, em 2014, no Mineirão? Ora, quem não deu certo não foi Sampaoli. Quem não dá certo é a seleção argentina, há décadas.
Um técnico pode ser bom, mas o trabalho conjunto tem de ser do mesmo nível. A Argentina não fez isto.
No jogo contra o Flamengo, Sampaoli anunciou três zagueiros e todo mundo pensou que seria assim, num 3-4-3, ou 3-5-2. Foi diferente. Gabriel jogou num misto de volante, ou líbero de contenção, como disse o treinador argentino. Atrás, quase sempre, ele prefere linha de quatro defensores.
Contra o Flamengo, teve quatro em linha durante todo o primeiro tempo. No segundo, depois da entrada de Bueno, montou linha de cinco.
É difícil jogar assim. No ano passado, o Atlético de Rodrigo Santana enfrentou o Flamengo no Maracanã com cinco em linha, na defesa. Só funciona se a transição for rápida, se os laterais se tornarem alas e se os meias se tornarem pontas. O 5-4-1 tem de virar 3-4-3. Se não for assim, o time se pendura na trave defensiva e não sai nunca mais da defesa.
Contra o Flamengo em 2019, foi assim, até sofrer o primeiro gol da derrota por 3 x 1. Em 2020, o Atlético fez o rubro-negro sofrer.
E pode mais. Se depender só de Sampaoli, o Atlético pode se tornar o grande rival do Flamengo na briga pelo título. É cedo para dizer, mas é bom prestar atenção.
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