Chefe da equipe Hot Car na Stock Car, Amadeu Rodrigues carrega há trinta anos as marcas do momento mais assustador de sua vida: durante a terceira etapa do Campeonato Brasileiro de Marcas e Pilotos de 1989, em Tarumã (RS), Amadeu sofreu um violento acidente com seu carro Voyage, ficou 35 segundos num carro em chamas e teve queimaduras em 75% do corpo – em 40%, as queimaduras foram de terceiro grau. Apesar dos ferimentos, Amadeu sobreviveu após ser submetido a 48 cirurgias no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
Por coincidência, justamente um dia antes da efeméride de três décadas do acidente de Amadeu, morreu o tricampeão mundial de Fórmula 1 Niki Lauda, que em 1976 também tinha sofrido sérias queimaduras após uma batida em Nürburgring (Alemanha). Involuntariamente, Lauda “salvou a vida” de Amadeu. Dez dias antes de se acidentar em Tarumã, o então piloto de 34 anos leu uma biografia de Lauda, e lá estava uma lição que se revelaria decisiva.
– Ele conta no livro que o que mais prejudicou foi ter inalado gases do fogo. Fiquei com aquilo na cabeça mas jamais imaginava que sofreria um acidente algum dia. A gente acha que nunca vai acontecer nada. Então, em Tarumã eu tive um toque com o Xandy Negrão, meu carro passou por cima do barranco e capotou. O carro parou numa condição muito difícil para mim, com o lado do piloto para baixo. O carro pegou fogo de dentro para fora. Imagine você abrir um forno muito quente. Quando eu bati, a viseira fechou e senti um bafo muito quente. Lembrei da história do Lauda. A capacidade mental do ser humano você desconhece. Fiquei mais de 30 segundos sem respirar, até conseguir tirar o cinto, sair pela janela e escapar. Fora as queimaduras, não aconteceu nada. Eu não respirei, e meu pulmão não tinha nada – contou Amadeu ao GloboEsporte.com.
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