Neymar congelou seus planos de sair do PSG. Só depois de sua participação na Copa na Rússia é que ele vai decidir sobre a transferência para o Real Madrid neste verão. Segundo fontes próximas à Nike, principal parceiro comercial do jogador, seus assessores lhe recomendaram maior prudência para evitar uma depreciação no seu valor de imagem.
Fontes próximas à filial francesa da Nike afirmam que o pai do jogador, assessorado por sua equipe de especialistas em marketing, recomendou redobrar a prudência sobre a estratégia a ser seguida depois de o Real vencer sua quarta Champions em cinco anos. “Certamente Neymar duvida que seja uma boa hora para chegar ao Real depois de ser três vezes campeão da Champions”, observaram funcionários da Nike, “ele está pensando no assunto. Deve acreditar que agora tem muito a perder e pouco a ganhar. Espera que sua posição se consolide se ganharem a Copa do Mundo e, aí sim, poderia chegar ao Real em grande forma, sem tanta pressão.”
Neymar estreou no domingo contra a Suíça em Rostov em um empate (1×1) que complica a situação do Brasil. Seus primeiros 15 minutos de jogo foram extraordinários. Depois começou a mostrar sinais de cansaço. Pessoas do entorno do PSG consultadas a respeito lembram que os médicos do clube francês avaliaram negativamente os exames do jogador em maio, quando ele retornou a Paris depois de dois meses de inatividade no Brasil. O jogador ficou em sua mansão no litoral fluminense para se recuperar da fratura no quinto metatarso do pé direito. Quando voltou, os médicos se surpreenderam ao constatar que estava quatro quilos acima do peso. Um desvio sem precedentes, sinal de que não havia se cuidado, já que se trata de um jogador que, na opinião dos endocrinologistas, queima calorias mesmo sentado no sofá.
No campo, em Rostov, mostrou-se progressivamente pesado. Teve dificuldade para mudar de ritmo e de direção na velocidade usual, e isso o expôs a atritos com os rivais. A defesa que antes não o alcançava, desta vez alcançou. Contra a Suíça, o brasileiro de 26 anos foi objeto de 10 faltas: recorde em um jogo de Copa do Mundo nas últimas duas décadas.
“Pouco a pouco chegarei ao meu nível”, disse ele com um fio de voz na saída do vestiário. “Conforme for jogando, vou me encontrar melhor”.
Dez milhões a menos
Usava um boné de beisebol sobre as mechas amarelas, vestígio informe da última obra do cabeleireiro que o acompanha por toda a Rússia. Sabe que o que estará em jogo em cada partida é muito mais do que o troféu mais importante do futebol. Seu objetivo é construir uma imagem que reforce sua condição de ícone, uma circunstância que facilitaria sua entrada em um clube gigantesco sem sofrer o estresse decorrente da desproporção. Seu plano está tão avançado que, como diz um agente próximo operação, chegaram a combinar verbalmente os valores que receberia: exatamente 37 milhões de euros, 10 milhões a menos do que no PSG, com perspectivas de compensar essa diferença com publicidade.
Famoso nos círculos da indústria do futebol por lançar mensagens ambíguas ou contraditórias, o pai de Neymar disse no último inverno aos representantes do Real que seu filho quer assinar com o clube de Chamartin neste verão. Mas os assessores de Neymar seguem um padrão de atuação claro, segundo observam funcionários da Nike. Como regra geral, consideram que a forma mais segura de aumentar o valor da marca do jogador é assinando com clubes grandes quando estão em baixa, após uma temporada ruim, e não quando estão no topo e as probabilidades de declínio aumentam.
A maior das estrelas em ascensão não tem uma bola de ouro no histórico. Seu futuro depende mais do que nunca do sucesso na Copa do Mundo. Se fosse tão precavido quanto seus assessores, ele não teria se mostrado tão apertado. Autoindulgente ao extremo, Neymar esticou os termos de sua preparação física muito além do recomendado. Agora precisa correr atrás do prejuízo.
Com El País
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