Falta pouco para a estreia do Brasil na Copa do Mundo da Rússia. Depois de 24 dias de preparação, a Seleção entra em campo no próximo domingo para enfrentar a Suíça, em Rostov, pela abertura do Grupo E. Diante de um adversário que sofre poucos gols, o técnico Tite e seus comandados sabem que o fator paciência será importante no primeiro jogo. Foi o que ressaltou o volante Paulinho na entrevista após o treino desta quarta-feira, em Sochi.
– Tive a experiência de jogar contra a Suíça uma vez e imagino que eles venham jogar dessa forma, com linha baixa, marcação bem forte. O torcedor pode não imaginar que seja um grande clássico, mas nós sabemos que vai ser um jogo muito difícil. A competitividade é muito grande, temos que focar nisso, colocar isso na cabeça, que vai ser difícil. O torcedor brasileiro sabe que vai ser difícil e dentro de campo vamos fazer nosso melhor, em busca do nosso maior objetivo.
”Vamos por essa linha de jogar sempre bem. Vamos criar chances, chegar ao gol adversário. Temos que ter paciência, vamos enfrentar dificuldades, mas estamos preparados para isso”, disse.
O jogador, que atualmente defende o Barcelona e é um dos homens de confiança de Tite em campo, também apontou as favoritas à conquista da taça.
– Temos seleções com grandíssimos jogadores, de alto nível, eu colocaria Alemanha, França, Bélgica, Espanha, é o que, no geral, consigo analisar. Colocando essas seleções como favoritas. Tem a Argentina também. Tenho certeza que será uma Copa do Mundo bem disputada. Acredito que essas sejam favoritas, logicamente junto com a seleção brasileira.
A Seleção volta a treinar nesta quinta-feira em Sochi. Na sexta, a delegação embarca para Rostov, palco da estreia contra a Suíça, domingo, às 15h (de Brasília).
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Nenhum treino com o elenco completo até agora
É claro que o professor e sua comissão sempre querem ter todos à disposição nos trabalhos, mas sabemos que no futebol podem acontecer algumas coisas. O mais importante é que logo ele vai ter o grupo completo. Estamos trabalhando muito bem, da melhor maneira possível, focados em fazer uma ótima Copa do Mundo. A expectativa para o Mundial é a melhor possível, sabemos das dificuldades que vamos enfrentar, mas com certeza os adversários estão nos observando porque estamos produzindo um futebol consistente e alegre. Estamos no caminho certo.
Defesa adversária
A gente sabe das dificuldades que iremos enfrentar. Enfrentamos adversários com diferentes sistemas, depois de alguns jogos enfrentamos alguns com linha de cinco atrás. Houve um empate com a Inglaterra e tivemos dificuldade no início para infiltrar, depois nos adaptamos. É difícil sim, mas temos capacidade suficiente para passar por esse tipo de adversidade.
União da Seleção
Nossa seleção brasileira acima de tudo tem que ser alegre, feliz, afinal de contas fazemos o que amamos. É claro que o Tite tem sua parcela, como toda a sua comissão, e tentamos levar o ambiente dessa forma, conversando, trocando ideias, sabendo as características do outro. E isso faz com que o ambiente seja um dos melhores grupos que já trabalhei na minha vida. Eu poderia não ter sido convocado de novo, ainda assim seria um dos melhores, pela amizade. Mesmo um companheiro que chega depois já entende quem está aqui há mais tempo, e isso faz com que as coisas aconteçam naturalmente. Isso vai fazer parte da nossa trajetória.
Equilíbrio entre os atletas
Equilíbrio é uma das coisas que faz a seleção brasileira ter um grande desempenho. Tem que ter comprometimento, foco, concentração, pontos de equilíbrio. Nós estamos mantendo essas coisas e controlando muito bem, isso faz com que a Seleção faça grandes jogos e vença. Independentemente de quem começa jogando ou entra no segundo tempo, mantém o mesmo nível. Vamos manter para conseguir chegar ao nosso objetivo.
Período na China
É complicado responder, mas vou ser bem sincero. Quando saí do Tottenham para a China eu sabia que ia me distanciar, mas meu maior objetivo naquele momento era jogar. Eu não jogava e queria uma sequência. Eu estava trabalhando, tinha que ter um foco e era esse para aí sim retornar à seleção brasileira. Depois que o professor Tite assumiu, não é que passei a trabalhar mais. Mantive meu alto nível na China porque tinha certeza que seria observado. Fui nessa linha. O mais importante que fiz foi ter o foco de jogar, independentemente de jogar. Tinha que sair do Tottenham onde não era aproveitado. Resgatei minha confiança, consegui manter um ótimo nível e retornar à Seleção que é meu maior sonho, vestir essa camisa.
Carinho dos chineses
Era um grito que eu brincava no Guangzhou e os jogadores chineses queriam que eu fizesse toda hora. O torcedor chinês tem um carinho muito grande por mim, a melhor forma que pude retribuir foi jogar futebol respeitando a todos eles. Foi um país que abriu portas para eu resgatar minha confiança, deu totais condições para que eu e minha família desfrutassem. Sempre terei um carinho especial pelos chineses porque me receberam muito bem.
Posição em campo
Eu já trabalhei com o professor Tite e algumas vezes ele pedia que eu baixasse um pouquinho, fosse mais organizador e deixasse outro com mais liberdade no Corinthians. E aqui na Seleção foi o que aconteceu, ele me pediu para organizar mais e liberar mais o Coutinho, que tem uma qualidade impressionante. O que mais quero fazer é ajudar, houve isso nessa partida (contra a Áustria), é uma característica dele estar mais próximo do gol. Eu não vejo problema algum, o que for para ajudar a Seleção eu vou fazer.
Mudança de técnico da seleção espanhola
A seleção da Espanha ser uma das favoritas, com certeza, tem grandíssimos jogadores. Prefiro não me meter na saída do treinador, acho que houve muitas coisas, falaram muitas coisas, mas eu prefiro não me meter porque temos que ficar focados na seleção brasileira. A Espanha é uma das favoritas, com certeza, tem jogadores de alto nível.
Pressão
Pressão em seleção brasileira sempre vai existir. Quem está aqui e estava na outra Copa do Mundo sabe que existiu. O que fizemos nesses quatro anos foi deixar o passado de lado, e agora em uma outra oportunidade quero fazer melhor do que fiz com meus companheiros. Assim é a vida, futebol é bom porque dá oportunidades muito rápido para você reverter o que fez.
Aprendizado com amistosos
Sabemos que vamos enfrentar seleções com linhas baixas, talvez uma de cinco atrás, muito difícil de infiltrar pelo meio. Temos que ter paciência com a bola, uma marcação fortíssima no meio-campo. Temos jogadores de agilidade muito grande, rápidos, e esses amistosos serviram para que possamos observar o que vamos enfrentar no Mundial. Algumas equipes se defendem muito bem e dificultam para podermos infiltrar, mas se mantivermos paciência e tranquilidade, vamos criar chances de gol e podemos conseguir grandes resultados.
Referências no grupo
Hoje o futebol mudou muito, às vezes um jogador que nunca disputou uma Copa do Mundo pode trazer outras experiência a um Thiago Silva, que está indo para a terceira. Ele pode trazer algo benéfico para mim, que estou indo à segunda Copa. Quando eu fui à primeira, uma das pessoas que procurei conversar foi o Thiago Silva, que é meu amigo, tem carinho muito grande. O Daniel Alves. Independentemente de já ter jogado uma, duas ou três Copas do Mundo, algo tem a ser transmitido. Isso que é legal da seleção brasileira, todos os jogadores têm algo a acrescentar para o grupo.
Desconfiança
Pressionado não, na minha carreira sempre foi dessa forma, superando adversidades. Em vários lugares houve desconfiança, críticas, mas nunca deixei de ser profissional e respeitar a todos. É difícil chegar a uma seleção brasileira, mas agora também é difícil sair. Em todas as convocações eu aprendo de alguma forma, em treinamentos, fora de campo. Não me sinto pressionado, e sim privilegiado por disputar mais uma Copa do Mundo e chegar no melhor momento da minha carreira e da minha vida. Houve críticas em vários clubes na minha chegada, mas não fiz nada além do meu trabalho. Houve desconfiança no Corinthians, no Tottenham, no Barcelona, e em momento algum eu desrespeitei alguém.
Segunda Copa
Sei da minha importância no grupo, na seleção brasileira, a única coisa que devo falar ao Tite e aos meus companheiros é agradecer por me darem mais uma oportunidade de disputar uma Copa do Mundo. Eu procuro aproveitar e isso faz com que eu ajude de alguma forma a Seleção. Quando o professor Tite coloca isso é porque me conhece muito bem, eu o conheço há algum tempo, ele sabe das minhas características, da minha filosofia, sabe o que posso oferecer à equipe. A certeza que tenho é que Tite tem jogadores qualificados para fazer o que ele pede. Todos os 23 têm condição de jogar muito bem, ele pode ficar confortável. Ele tem 23 homens que sempre vão lutar pela seleção brasileira, pelos torcedores, para fazer o melhor.
Estatísticas
O professor Tite sempre procura passar todos os números possíveis e corretos para que nós tenhamos essas informações e possamos melhorar, aperfeiçoar finalizações, passes. O jogador precisa dessas informações. A comissão passa e tentamos exercer. Acho super importante termos esses números. Às vezes são vídeos, outras são conversas individuais, o jogador tem que saber por que faz as coisas. Por que ganhou, por que empatou, por que teve dificuldade, ele passa as informações para que nós só nos preocupemos em entrar e jogar futebol. Todos são importantes, todos os itens que a comissão passa.
Na vida temos que ser leais, na seleção brasileira é dessa forma, temos que competir. Os 23 têm condição de jogar, é normal haver competição com o companheiro, e aqui tem que ser leal. Quem decide é o professor, ele analisa o momento, olha tudo, nada mais justo num grupo de 23 jogadores do que ser leal com o companheiro. Todos ganham. Já trabalhei com Tite no Corinthians e sempre foi dessa forma. Esse grupo é espetacular, excepcional, um exemplo e, se é um exemplo, tem que ser com lealdade.
Familiares na Rússia
A família é a base de tudo. Minha esposa, meus filhos, amigos, é super importante para nós. Sem família é complicado porque ficamos tão focados, concentrados, e ter alguns momentos para ficar com eles é importante. Ter pessoas que você ama por perto é super importante para nós jogadores.
Escalação na estreia
Tite não decidiu ainda, não, mas independentemente de nomes… o Fernandinho entrou e jogou muito bem. O Coutinho para mim é um craque. O que o professor decidir, única certeza que tenho é que os 11 vão jogar da melhor maneira possível. Mas ele ainda não decidiu. Vejo da seguinte forma: são jogadores obviamente de qualidade diferente, funções diferentes, não é muita ou pouca coisa, são completamente diferentes. Um joga muito bem quando entra, Fernandinho fez excelente partida contra a Alemanha, e Coutinho vem fazendo um excelente trabalho.
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