
O Atlético-MG vem sofrendo atrasos nos pagamentos de funcionários e jogadores. O clube também precisou demitir dezenas de colaboradores. A dívida total supera R$ 740 milhões. Mesmo assim, a diretoria segue fazendo contratações. Já encaminhou duas: Alan Franco e Léo Sena. E quer mais. O presidente Sérgio Sette Câmara deu suas explicações sobre como conciliar esse cenário.
Um dos pilares para a busca de reforços são os investidores. De acordo com o dirigente, o dinheiro emprestado ao clube tem como destino exclusivo as contratações.
– Nossos parceiros não estão dispostos a colocar dinheiro para ficar pagando dívida. Se for para pagar dívida, ele não vai pôr. Esse dinheiro é feito para aplicar em jogadores que possam performar tecnicamente e, depois, trazer lucro para o clube. Não podemos parar de fazer isso, sob pena de ficarmos em situação complicada, não só em relação à participação dos campeonatos como também na questão de poder fazer dinheiro – disse o presidente, em entrevista à Rádio Itatiaia.
Sette Câmara se refere às receitas do Atlético. A venda de jogadores é fundamental para a condução do clube. E esse é a segunda justificativa para investir em jovens jogadores.
– O clube tem duas grandes receitas: televisão e venda de jogadores. Na minha gestão, o Atlético fez os dois anos de maiores vendas da história do clube. Em 2018 e 2019, o Atlético vendeu mais de R$ 100 milhões em jogadores. Temos um saldo em relação ao que gastamos com jogadores e o que nós ganhamos em negociações de mais de R$ 100 milhões, de lucro. Um dos negócios do clube é trazer jogadores jovens para que esse jogador nos dê retorno técnico e, depois, dar dinheiro para o clube.
O presidente citou o lateral direito Guga, no clube desde o ano passado, e o volante Alan Franco, que está próximo de ser oficializado. Outro nome próximo é o de Léo Sena, volante que estava no Goiás.
– Vamos imaginar o Guga, que nos custou R$ 7,5 milhões. Se amanhã, vier uma proposta de cinco ou seis milhões de euros, quanto é que o Atlético ganhou nessa história? Se não fizermos isso, não vamos conseguir ter a segunda perna – uma é de televisão, que boa parte já foi adiantada – e a outra parte é transferência de jogadores. Você não pode deixar a bicicleta cair. Quando você trazer um jogador como o Allan Franco, de 21 anos de idade, quem acompanhou esse camarada ano passado na Sul-Americana, vai ver que o time do Del Valle girava em torno dele.
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